Friday, October 31, 2014

Apontamentos de beleza

1. Após cuidada e longa observação empírica concluo que as unhas da minha mão direita são bastante diferentes das da minha mão esquerda.

2. Ontem à noite pus, pela primeira vez na vida, um serum anti-rugas (um serum, ah!!). Diz que é para usar todas as noites. Já cá vai uma, veremos se chegamos às 10.

3. Conduzir de saltos ajuda a poupar gasolina. Sim, o carro não é de beleza, mas os saltos são.

4. E talvez o mais importante de todos, pensar em inscrever-me no ginásio não faz nada pela minha forma. Parece que é mesmo necessário fazer exercício.

Thursday, October 30, 2014

Tarte de bróculos, queijo mozarela e fiambre

Eu adorei. O M nem por isso, mas comeu.

Receita da minha amiga Yael. 

Responsabilidades

Ontem o M disse que o dia dele tinha sido horrivel, "nem sequer houve um oásis," disse-me ele com o seu inconfundível melodramatic flair. Claro que lhe perguntei o que tinha acontecido. Ele não quis responder, disse que se tinha zangado com uma professora, mas que não me ia contar nada porque já tinha resolvido tudo com ela. Sei, por experiência, que se eu insistir ele se fecha em copas por isso deixei passar. Já em casa ele lá me contou que a causa da sua infelicidade foi a professora de inglês porque ela é uma chata e o obrigou a refazer um trabalho porque , "ela-diz-que-disse-que-era-para-deixar-5-linhas-entre-os-exercicios, mas não disse nada!!". 

É um equilíbrio difícil porque, por um lado, quero que ele me conte e continue a contar, mas por outro, isso significa que não me posso zangar tanto como às vezes me apetece. Zango-me mas com moderação e sempre com uma vertente pedagógica. Mas, enquanto ele me contar estamos bem. 

Pasta com beterraba

O M pode não ter gostado (disse-me que lhe deram comida da escola nesse dia) mas comi os restos hoje e estava óptimo. 

Reviver o passado (parte II)

Fui ver ao Google e o Jeremy Irons entra!! Uff!!! Pelos vistos ha uma serie e um filme, ele entra na serie. Que alivio!!

Pequenas vitórias

Hoje consegui finalmente por o Eudora a funcionar com o Gmail!!!

Os Canadás

Perguntei ao M o que pensava sobre regressar ao Canadá. Fez-se silêncio. Que não, que não quer. Ok, sim pode ser, mas só se eu pedir o telefone aos pais do G, porque ele quer continuar a ser amigo dele mesmo quando forem adultos. E do R também, e do D.

É um querido este meu miúdo. 

O efeito placebo

Ele: É estranho, depois de fazer cocó não sei se limpei bem o rabo, parece que está assim, molhado...
Eu: Como assim, molhado??!!?
Ele  (pondo a mão por cima do rabo): Ah. Sim. Pois. Deve ser placebo. 

Primeiro, há que notar o nível básico das nossas conversas - sobre cócó, não mais. Segundo, há que notar o nível sofisticado das nossas conversas - sobre placebos.

A conversa inicial do efeito placebo foi tida há já uns tempos a propósito de um programa de rádio que gisto de ouvir e que dedicou um episódio a este tema. O M ouviu parte do episódio no carro, antes de adormecer no banco de trás. Depois, já não me lembro porquê, voltámos a falar disso e lá lhe expliquei melhor o que era e como o efeito placebo é muitas vezes mais eficaz que medicamentos. Usei um exemplo inventado mas ele, que está sempre on top of his game, disse-me logo, 'entãoaquele  medicamento que tu me deste no outro dia para fazer cócó era placebo?' E era mesmo! Lá sorri e disse que sim. 

O meu criaturinho às vezes é um bocado hipocondríaco, talvez venha a ser médico, e por isso estas coisas interessam-lhe. Por estas entenda-se o placebo, não o cócó. 

Wednesday, October 29, 2014

Festa de meninas

O M vai, pela primeira vez em muito tempo, a um play date em casa de uma menina da escola dele. As meninas são, normalmente, actores marginais na vida do meu filho. Mas a MB, com o seu amor pelo Harry Potter, conseguiu a enorme proeza de se transformar num (quase) rapaz. Mas é um estatuto precário porque, antes de aceitar o convite, o M certificou-se que o seu amigo G também vai. E assim no Domingo o M vai a casa da MB brincar. 

Eu não tenho cabelos brancos!

Segundo o meu filho.

Ele, a inspeccionar-me a cabeça como se eu tivesse piolhos. 
Eu, o que é que estás a fazer?
Ele, a ver o branco. 
Eu, o branco? Mas eu tenho cabelos brancos?
Ele, indignado e assertivo, NÃO! Na parte onde não há cabelo!

É tão bom ter filhotes!

Artes culinárias

Faço por me esmerar e o menu é variado e inclui pratos como o de ontem: espaqrguete com beterraba, queijo de cabra e nozes. O problema é a falta de treino. Comprei as nozes, pu-las no forno e, claro, esqueci-me delas! Ficaram pretas como o carvão. Resultado, comemos a pasta com amêndoas e estava muito boa. O M reclamou bastante mas quando lhe disse que esta era uma boa experiência para ver o funcionamento dos rins e do sistema urinário, ficou maiis contente. Tudo pela ciência! Mesmo assim diz que tem que começar a fazer o menú comigo...

Dex

Esta manhã vi a Dex. Já não a via desde antes do fim das aulas. Estava a caminho do carro quando a vi, vestida de cor-de-rosa dos pés à cabeça. Pus-me de cócoras e abri os braços, ela olhou para mim um minuto, riu-se e deu-me um fabuloso e longo abraço. O M diz-me que quando a vê na escola ela faz sempre o mesmo: sorri e vai a correr ter com a educadora para lhe dizer, "está ali o M". Diz-me ele que até a educadora já sabe quem ele é! São estes os efeitos colaterais dos nossos fracassos - estas criaturinhas pequenas a quem nos apegamos e que depois desaparecem das nossas vidas. Esta minha Dex, que gritava "Aaaanaaaa!!!" a meio da noite e que dizia que eu era o "amorzinho", estava muito contente ao lado da mãe e da mana. Foi tão bom vê-la!

Monday, October 27, 2014

Memórias

Ontem à noite fiz a cama de lavado. Pus os lençóis azuis, aqueles que vieram do Canadá e que foram comprados há anos infinitos. Comprei-os quando vivia com o F. em College St. Gostava tanto dessa casa que ficava por cima de um restaurante Português de nome Espanhol e onde mandava a sra. Maria e seu marido, o sr. Manuel. A sra. Maria que dizia ao F. que o restaurante ja estava fechado e nao podiam fazer nada, e que 5m depois estava a cozinhar aqueles bifes tal como eu gosto para eu levar para casa. "E racismo!" dizia o F. E talvez fosse mas eu nunca me queixei. A sra. Maria que, mais tarde muito mais tarde, me viu depois de eu estar 4 dias de cama com o rotavirus, aquele poe o pessoal nos cruzeiros todo a vomitar, e me disse sempre optimista e motivadora, "ai, A que podias ter morrido la para cima e ninguem sabia!!". Desses 4 dias lembro-me sobretudo da sensacao de sede. Uma sede tao infinita como um deserto. Não tenho saudades do F, não penso nele, nem vivo nostálgica pelos tempos passados. Pelo contrario, mantenho ordem na casa e o passado ai permanece. Mas ontem, ao pôr os lençóis na cama lembrei-me da música da Adriana Calcanhoto que diz qualquer coisa como "ainda tem o seu perfume pela casa... ainda tem o seu cheiro, dentro de um livro...". Esta foi uma das músicas da nossa separacao. É certamente significativo que eu não me lembre da música de nenhuma das minhas relações, ou seja da "nossa" música, mas que me lembre da da de duas separações ambas já muito antigas. A nostalgia de ontem e' uma saudade do Canada, do meu emprego, da minha vida antiga. Ontem pus os lençóis azuis na cama e recordei.

Organização culinária

Uma das grandes novidades desta temporada é o meu método organizacional culinário. Já aqui devo ter escrito que a coisa que mais me chateia na maternidade é o ter de cozinhar todos os dias. E por cima disso ter de variar nos almoços e jantares. Também estou farta de comer sempre o mesmo e de comer tanta carne. Vai daí este ano (lectivo) entrei em modo hiper-organizado. Ao fim de semana pego nos meus livros de cozinha, sento-me no sofá, planeio o menu da semana e depois faço as compras para o mesmo. Tento que as semanas incluam 2 pratos de carne, 2 vegetarianos e 1 de peixe. Esta organização poupa-me imenso tempo, não só de cozinha mas também a pensar sobre o que cozinhar. E ajuda-me a usar o que tenho no congelador (sou menina para ter o congelador cheio e acabar por ir ao supermercado comprar tudo em quadruplicado). Temos comido coisas óptimas! Muitas coisas de inspiração indiana, pratos de carne diferentes, etc. Ontem por exemplo, fiz os meus primeiros panados (falsos porque não são fritos) da vida e fiz uma adaptação do beuf bourguignon da Julia Childs. Vamos lá a ver quanto dura esta moda.

Manhãs estratégicas

Hoje optei por uma mudança de estratégia. Acordei o M por volta das 7, ele virou-se para o lado e fez aquilo que faz desde que era um bebézinho de colo e queria dormir: aninhou-se pondo os dois braçinhos por baixo do corpo. Depois disse baixinho, eu não quero ir à escola. E eu respondi, está bem, então não vais. A excitação foi tanta e tão imediata que acordou imediatamente. Depois expliquei que hoje não posso ficar em casa com ele mas que noutro dia combinamos e fico. Foi uma manhã fácil e agradável. 

Saturday, October 25, 2014

25 de Outubro na praia

Praia!! Com direito a banhos (em plural!) no mar e tudo. Provavelmente o último banho do ano.

Reviver o passado

Liguei a TV e estava a dar o "Reviver o passado em Brideshead". Repito: o reviver-o-passado-em-brideshead!!!! Fiquei a ver durante alguns minutos e cheguei à conclusão de que, depois de muitos verões a gramar com isto, não me lembro de nada!! Apesar disso tenho uma opinião firme: detesto este filme e é à conta dele que ainda hoje não gosto do Jeremy Irons. Ora, após uns minutos de atenta visualização descubro que é provável que o dito Jeremy não entre sequer neste filme. A memória é uma coisa tramada, passei estes anos todos a não gostar do filme errado.

Friday, October 24, 2014

Odeio este país!

Nao sei onde estava com a cabeca quando decidi ficar. Alias sei, o M esta muito mais contente aqui do que em qualquer outro lado. E eu quero que ele esteja bem. Mas Portugal nao da. Nao da para trabalhar num país sem regras e em que a justiça não funciona. Não é possível. Estou tão furiosa comigo mesmo por ter decidido ficar, por ter achado que seria melhor pcolocar a minha vida pessoal à frente da profissional. Tentei e nao da. Nao e suficiente. Vou começar a trabalhar na partida. 

Thursday, October 23, 2014

I've got the moves like Jagger

M a cantar "I've got the moves like Jagger" no duche: i've got to move my jacket!!!

Ever so gentle

Bom, bom é acordar de manhã ao som de, "Amã! Amã!!!! Levanta-te!!!" dito em tom autoritário e irritado. O despertador tocou, eu devo tê-lo desligado e continuei a dormir. Salvou-nos o M que acordou às 7.40 e, com tremenda falta de gentileza, me acordou a mim. Chegámos a horas da escola e do teste de matemática e ainda tive tempo de lhe dar um abracinho, mas tenho umas dores de cabeça tremendas.

Wednesday, October 22, 2014

CVs

Tenhocada vez mais saudades de Toronto: da distância, do meu escritório, de ser professra, de dar aulas, de me sentir competente. Ultimamente sou assaltada por ondas de medo de ter decidido mal, de dever ter ficado lá. Tenho que mandar CVs, um deles já devia ter sido enviado há umas semanas, e não consigo fazê-lo. Não sei se tenho estrutura para ouvir o "não" e, por outro lado, não sei mexer-me neste mundo académico em que não há concursos nem regras mas sim conversas e cafés. O medo paralisa-me. 

Vou dormir. 

Leitores

O bom de ter leitores é saber que nos leêm; o mau de ter leitores é saber que nos leêm.

Festejamos o fim de ano já, por favor?

Ainda lhe falta um terço mas o ano de 2014 já ficou para a história como um dos piores da minha vida. Nunca visitei tantos hospitais como este ano, nunca passei tanto tempo em hospitais como este ano, nunca tive tantas pessoas da família doentes como este ano. SFX, S. José, Sta. Maria, Cruz Vermelha, centro de saúde, e mais alguns cujo nome não me quero lembrar. Tudo doente, operado, ou internado. M, eu, mana, mãe, tia. Dias e semanas que se foram somando em meses passados em hospitais que nunca quis conhecer. Horas a falar com médicos, uns muitos simpáticos e outros imbecis e arrogantes como só os médicos conseguem ser. Um cansaço e umas dores de cabeça incapacitantes. Agora um período de calma e a certeza de que 2015 TEM de ser melhor.

Mãerónios

Ontem o M foi para a cama às 20.30, leu um bocadinho e apaguei-lhe a luz ainda não eram 21h. Ora, eram quase 22h e ainda estava ele espertíssimo na cama, a cantar, a dar voltas, e a rir. E claro, houve pelo menos duas idas - urgentes!!! - à casa de banho. Numa dessas idas à casa de banho consegui, mais uma vez, convencê-lo dos meus poderes mágicos quando lhe digo, "M, corta os bocados de papel maiores! Já te disse que é melhor!". Ele perguntava, "amã, mas tu estás onde? Como é que sabes? Como é que consegues ver?". Tudo boas perguntas mas a resposta é que metade dos meus neurónios foram substituidos por "mãerónios" cuja única função é prestar atenção às coisas do crio e casa sendo por isso inúteis para "trabalhar". 

O lugar na sala de aula

O M mudou de lugar na sala de aula. Acontece frequentemente e ele nunca se queixou. Mas agora está sentado ao lado da MT e queixa-se, diz que ela fala muito, que lhe está sempre a dizer que não se pode fazer assim, que ele está a fazer mal as coisas e que vai dizer à professora. Ou seja, que não o deixa concentrar-se. Depois diz outras coisas, por exemplo, "além disso ela gosta de um dos meus amigos!!" Perguntei-lhe se queria que eu falasse com a professora e respondeu-me que sim. Parece um bocado de mãe galinha mas é muito anormal o meu filho pedir-me para falar com a sua  professora. Normalmente quando eu digo que vou falar à escola ele desfaz-se em desculpas e pedidos, que não, que não é nada, que está tudo bem, que não é preciso. Por outro lado, já tinha pensado ir falar à escola porque gosto sempre de dar lá um saltinho no 1o período. Chamam-lhe um 'marcar o ponto,' um mostrar que estou presente e que presto atenção. Isto é capaz de ser uma parvoíce minha, mas sendo professora acho que faz efeito - não só na escola como também no meu filho. (Sem ser chata, ou seja, não fico lá duas horas a discutir todos e quaisquer problema do meu filho, nem faço queixas, é mais um certificar-me que tudo corre sobre rodas ou fazer alguma questão pontual). E assim ontem lá falei com a professora. Ela disse-me aquilo que eu suspeitava, que colocou o M ao lado da MT porque ele é bom aluno, tem uma boa capacidade de concentração e sobretudo não dá troco a tontices. Mas mostrou-se preocupada por o M estar a ter dificuldades em gerir a situação, agradeceu e disse que ia resolver o assunto.

Esta manhã vimos a MT a sair do carro. Ele apontou-ma e eu disse, "ah, a do laço amarelo" ao que ele respondeu com um suspiro, "sim, vês..."


Maçãs

Vamos fazer disto um exercício matemático. Na 2a à tarde uma mãe comprou 22 maçãs, na 4a de manhã já só há 10. Quantas maçãs é que haverá na 6a à tarde?

Resposta: Mais vale alimentar um burro a pão de ló. Mas, as maçãs são pequenas, doces e maravilhosas.

Tuesday, October 21, 2014

Sniper

Está muito calor em Liaboa e eu tenho uma arma nova na minha luta contra a insectagem: as minhas mãos. Foi com elas que esta noite dei cabo de 3!! Infelizmente nenhum deles era mosca (dois eram mosquitos e o terceiro por identificar mas confirma-se que voava). Se as alterações climatéricas continuarem nesta direcção o futuro estará cheio de insectos voadores. 

Almoço

Hoje fui almoçar com um amigo. Ele veio buscar-me a casa para me mostrar o seu bólide: um descapotável antigo, uma réplica de um Lotus dos anos 50 (perguntei, daí o conhecimento) daqueles que tem um motor comprido e não têm portas. Se fosse uma gaja mais cool podia ter feito como nos filmes e dado um pequeno (e gracioso) salto para entrar mas temi que a parte do gracioso não me caísse bem. Não sou fanática por carros e por isso esta parte é menos importante do que a que se segue. Dei-me conta de que ainda tenho um bocado de medo de andar de carro. Em cidade, num carro baixinho, rodeada de autocarros, e com um motor potente, assusto-me. Lembra-me o meu acidente. 

O almoço foi óptimo. Fui a um restaurante que não conhecia, o Justa Nobre, e comi super bem. Mais, fizeram uma coisa que cá em Portugal é pouco usual: eu pedi um caril de camarão com favas e quando estava a comer vi que no prato havia aquilo que me pareceu ser um fio. Pensei que era das favas e não liguei. Quando já estava a meio percebi que era um fiozinho de metal. Pus de lado e continuei a comer. Quando o senhor veio tirar os pratos olhou para o tal aramezito e tocou-lhe. Eu expliquei que vinha nas favas. Ora, normalmente em Portugal nao aconteceria mais nada, mas passados uns 5m apareceu o dono do restaurante junto à nossa mesa a pedir desculpas e a prguntar como me podia compensar. Não sei se ofereceu qualquer coisa (não paguei nem vi a conta) mas assumo que sim. Fiquei fã do sitio e do serviço. 

Telheiras

Hoje perdi-me em Lisboa. Em si isto nada tem de anormal visto que eu, embora esteja muito melhor do que há três ou quatro anos, ainda me perco muito. O que é significativo é que me perdi numa parte de Telheiras que não conhecia e da qual gostei muito. Quando quiser mudar de casa esta é uma zona a considerar.

Educação, ou 'preciso-de-uns-minutos-para-mim-e-tu-tens-que-descansar-senão-amanhã-estás-uma-peste'

O M tem uma maneira subtil e eficaz de me fazer sentir culpada em menos de 5 segundos. Esta manhã foi assim:

Ele: porque ontem à noite ia mostrar-te mas depois tu gristaste...
Eu: ias mostrar o quê? eu gritei??!!??
Ele: ia mostrar-te mas tu gritaste.
Eu: mas ias mostrar-me o quê?? e eu gritei??
Ele: sim, tu à noite gritas sempre...

E pronto. É suficiente. Passo de boa mãe a pior mãe do mundo (no meu escalão) em menos de nada. Mas, como já ando nisto há uns tempos, decido perceber de que forma estou a traumatizar a minha criança e também, se posso aprender e melhorar.

Eu: eu grito sempre à noite?? grito sempre à noite?? mas quando????
Ele: falas a gritar sempre quando eu já estou deitado e quero levantar-me

Ah, ok. Consigo viver com isto. Chama-se 'preciso-de-uns-minutos-para-mim-e-tu-tens-que-descansar-senão-amanhã-estás-uma-peste.' Acho que às vezes também dá pelo nome de 'educação.' (Mas mesmo assim vou prestar atencao aos décibeis).

(Nota: Nunca cheguei a saber o que é que ele me ia mostrar. Pelas últimas frases que ouvi, antes de desligar e começar a pensar se tinhamos tudo o que precisavamos antes de descer as escadas, acho que tinha algo a ver com um novo golpe de judo. Ou seja, muito indicado para quem já está na cama há 30m. Mas acho que o berro, se o houve, teve a ver com o facto de ontem a noite quando eu andava pela casa a arrumar sapatos, dobrar t-shirts, lavar a loiça, etc, ter ouvido alguém a dizer alto e bom som: "amã, olha o barulho! Há pessoas que estão a tentar dormir aqui!" seguido de risos)

Guerra

Começo a perceber a frustração dos americanos com a guerra contra o terrorismo. O caraças das moscas não morrem!!!

Monday, October 20, 2014

21.30

São 21.30 e estou alapada no sofá com a ventoinha ligada pela primeira vez este ano. Já passei a ferro, fiz o jantar de hoje e o de amanhã, dei de jantar a dois putos, preparei a mochila do judo e o almoço de amanhã do M. Já brinquei com espadas e a atirar meias. Estou morta, está um calor de morrer e tenho os pés inchados (coisa que nunca acontece). Por isso agora vou dar uma de good wife e disfrutar do meu copo de vinho tinto.

Nerdismo

Já suspeitava que cá em casa éramos um pouco nerds mas agora tenho a certeza. Um dos jogos que costumo jogar com o M é o jogo dos países. Escolhemos uma letra e depois dizemos nomes de países que começem com essa letra. No outro dia levamos o jogo à fase seguinte, peguei numa folha de papel e começámos a apontar países para todas as letras do alfabeto. Usámos a folha duas vezes (dois almoços) e quantos países temos? 152. Segundo a wikipedia há 196 países no mundo (contando com Taiwan) ou seja, não estamos nada mal!!

Fim de semana II

No Domingo, depois de ter limpo as casas de banho, ter posto  maquinas da roupa a lavar, ter recolhido e estendido uma dessas maquinas, decidi ir com o M almocar a Expo de bicla. Ele disse que sim. E por isso, vesti-me, pus ar nos pneus, enchi as garrafas de agua, levei as duas bicicletas para baixo ao ombro e la fomos nos. Andamos 5 metros ate o M dizer que "ah, sabes, e' que, sabes, nao quero andar, tenho medo, ha' muita gente..." E por isso voltamos para tras, subi as duas bicicletas dois andares ao ombro, esvaziei as garrafas de agua, mudei de sapatos e aproveitei, claro, para estender e recolher mais uma maquina de roupa. Perfeitico.

p.s- nao sei muito bem como lidar com este medo irracional do M pela bicicleta. Nao consegui evitar ficar furiosa mas ainda assim acho que me controlei. Insisti. Expliquei. Mostrei-lhe quer era perto e que iamos quase sempre em ciclovia. Nada. Ele permaneceu inamovivel. Eu quando era miuda tinha um medo de andar de bicla que me pelava. Teria a idade do M quando aprendi e foram precisos muitos (muitos, muitos) berros do meu pai. Odiava a bicicleta. E nao quero fazer o mesmo ao M. Mas por outro lado parece-me tao tonto nao podermos ir os dois dar umas voltas.

Sunday, October 19, 2014

Um mês

Um mês foi quanto duraram os sapatos e a mochila do M. Vai ser um ano caro.

Fim de semana

Sábado: Corte inglês para comprar sapatos para o M; passar a ferro.

Domingo: 3 máquinas de roupa, 2 cargas de roupa estendidas e recolhidas; roupa dobrada; 2 casas de banho limpas; cozinha aspirada; mochila comprada; jantar e almoço de amanhã feitos.

Sábado e Domingo: entreter uma criança de oito anos que só quer passar o dia inteiro em frente à televisão mas que, em simultâneo, não quer passar o dia inteiro em frente à televisão. 

Preciso que chegue a segunda feira para descansar...  

War of the flies

Sei que todos os meus leitores (tu M!) estão cheios de vontade de saber como corre a minha guerra contra as moscas. Elas são traiçoeiras, mudando para sítios como a máquina do café, e nunca cheguei  a conseguir exterminá-las. Ainda asim consegui reduzir significativamente o seu número. Até o calor decidir voltar. Esta manhã havia muitas mosquinhas na minha cozinha e tive que recorrer mais uma vez à minha arma secreta: o aspirador. Volto a escrever sobre isto quando houver novidades. 

Saturday, October 18, 2014

Filmes

Eu vejo um filme no computador. Ele vê um na televisão. E de 5 em 5 minutos faz-me perguntas sobre o filme dele. 

Thursday, October 16, 2014

Animismo e budismo

Uma das muitas coisas que gosto no meu filho é de ele ser sensível. Hoje vimos parte de um filme em que um homem cego faz uma operação, deixa de ser cego mas depois tem complicações e volta a cegar. Isso impressionou o M que me disse que aquele não era um filme muito feliz. Respondi-lhe que me parecia que o senhor do filme parecia estar em paz com ele mesmo, e que me parecia feliz. Expliquei-lhe que o filme era baseado numa história real e que no fim ele se tinha casado com a rapariga de quem gostava. Disse-lhe que ver é importante mas que há outras formas de ser no mundo e de se ser feliz. E depois disse que, para mim, a parte mais triste do filme era o pai dele tê-lo abandonado quando ele era cego e ter voltado a ir-se embora quando descobriu que ele ficar cego outra vez. 

O M fez aquilo que faz quando lhe apetece chorar, afastou-se um pouco e pos-se de costas para mim. Eu fui atrás dele dizendo que há muita gente tonta no mundo mas que nem eu nem ele somos assim. Ele não quis falar e eu deixei o assunto cair. 

Quando fui pô-lo na cama disse que lhe queria dizer algo, e ele a mim diise ele mas não sabia se conseguia. Insisti, ele não quis e eu deixei-o estar. Falei-lhe outra vez daquele pai e de ele estar triste, e do facto de haver gente má no mundo, e de ser normal, compreensível, expectável ele ficar triste com isto. E ele disse que já noutro dia tinha acontecido, quando o Sheldon so 'big bang theory' pediu ao pai natal para lhe trazer o seu pop-pop (avô) de volta. E começou a chorar. Disse-lhe que percebia que isso o fizesse chorar e que embora eu não possa protegê-lo do mundo vou sempre estar lá, ao lado dele, para o ajudar. 

Estava já a apagar a luz quando lhe perguntei se ele nao me queria mesmo contar. E ele contou. Disse que se nós tomassemos melhor comta do mundo o mundo seria um sítio melhor, com menos poluição, menos guerras e com mais pessoas felizes. Mas tomar conta do mundo significa tomar conta de todas as coisas, não é só das pessoas. Por isso ele gosta de tratar bem as coisas. Ele dá pontapés à bola mas é só porque a bola gosta. Disse que sabe que eu não penso assim mas que ele sim. Lembrei-me de ele a pedir desculpa ao pacote de leite depois de lhe ter dado um toque com o pé, de ele chorar tanto este verão por causa do passarinho que caiu do ninho, de chorar quando a toupeira do livro ficava sozinha a olhar para a lua, de não deixar que se faça mal a um animal. O M sempre teve este espírito antropomórfico. Aliás não é bem antropomorfismo porque ele não acha que estas coisas são pessoas, acha apenas que os humanos não são os únicos detentores da capacidade de sentir. É a-moderno nesta sua capacidade animista e de estender a agência a não-humanos.  E por isso falei-lhe do budismo e ele ficou contente. Quando ele crescer falar-lhe-ei da minha investigação e de actor-network theory. Mas para já fico apenas contente por estar a criar uma pessoa com um coração tão grande e tamanha capacidade de empatia. 

Feicebook

Hoje uma amiga escreveu-me a dizer que talvez fosse fazer um trabalho com um "amigo" comum. Um amigo que não vemos há mais de 20 anos. Queria confirmar se era ele. Eu e ele somos amigos no FB e por isso soube dizer-lhe onde ele tinha trabalhado, que mudou de emprego e para que área mudou, quantas filhas tem e alguns eventos das vidas delas, onde vai passar férias, o nome da mulher, onde mora e que o condomínio tem piscina. Eu mal conheço esta pessoa e no entanto sei dele como se fossemos amigos de longa data. A quantidade de informação que partilhamos sobre nós é assustadora. Pergunto-me o que se conseguirá saber de mim através das pegadas digitais que vou deixando na net (inclusive aqui). Não sei se isto é bom ou mau mas, para mim, não deixa de ser desconcertante.

Wednesday, October 15, 2014

Apresentação

A minha talk de ontem correu bem. Muito bem até. Estive a escrever das 5.30 da matina até às 19; falei das 21 às 22.30; cheguei a casa às 23h. E adorei! Tenho tantas saudades de dar aulas, de falar com alunos, de apresentar material novo, de me forçar a pensar e a escrever, da disciplina que vem com estar em frente aos alunos  duas vezes por semana. Posso muito tempo a achar que sou eu, que o meu cérebro anda a funcionar mal, que perdi qualidades intelectuais e cognitivas, mas se calhar não é só isso. A verdade é que a nível profissional Portugal representa uma tremenda demoção e faz-me falta ter com quem trocar ideias, a quem apresentar, quem me imponha deadlines e disciplina. Tudo isso me daz falta. E eu gosto TANTO de dar aulas.

Tuesday, October 14, 2014

O BES e o Ricardo Salgado

No Sábado, no carro, ali entre Entrecampos e a Avenida de Berna, expliquei ao M o funcionamento dos mercados financeiros e como é que o dinheiro (de quem tem bastante dinheiro, ou pouco dinheiro mas investido) pode desaparecer de um dia para o outro. Às vezes até eu própria me surpreendo com as minhas explicações. Não sei se ele percebeu tudo, mas algo terá ficado.

Post 600 e a procrastinação

Dantes quando tinha uma palestra (talk) começava a preparar-me semanas antes. Quando o dia finalmente chegava sabia tudo de cor, para trás e para a frente. Ainda me lembro da primeira vez que fui à 4S. Soube que o meu paper tinha sido aceite (e que me tinham dado uma bolsa) no Verão, estava em Sagres com a minha amiga M, e fiquei nervossisima. Depois comecei a preparar-me uma semana ou uns dia antes. Agora não. Agora começo no próprio dia e mesmo assim, só umas horas antes fico realmente nervosa. Podia ser bom, se não fosse a qualidade das ditas talks ter baixado significativamente... Ai, vou trabalar!

p.s - Fica nota de que este é o post 600!!! Já aqui escrevi 600 coisas, todas elas de grande valor, claro! Ontem à noite, quando já estava de luz apagada no quarto do M a dar-lhe um beijinho, ele pediu-me para lhe contar histórias do meu blogue que, diz ele, "é brutal!!" E ontem noite também, momentos antes ou depois desta conversa, ele pôs-me os dois braços à volta do pescoço, disse boa noite, e depois perguntou-me curioso, "como é que vais conseguir sair daqui quando eu adormecer?" Já disse isto 500.000 vezes mas nunca é demais, gosto tanto deste meu pequeno criaturo.

Franciús

Ó Franciús que veêm o meu blogue mais do que qualquer outra gente, quem sois vós???

(Estou a preparar uma apresentação ou seja, sinto uma tentação irreprímivel pela procrastinação...)

Monday, October 13, 2014

Feliz

O M sai do banho cantando,

"Eu estou a sair do duche
E estou contente
Com tudo
Na minha vida"

É tão bom registar estes momentos

Marcos historicos

Este sabado (11 de Outubro de 2014) o M comecou a usar desodorizante!

E, se eu tenho saudades do meu bebe, que tenho e sao muitas, acho que me encontro preparada para esta nova fase em que podemos fazer coisas como ir a Gulbenkian juntos. Especialmente agora que o substituto chorao do meu filho que fez as vezes dele durante o fim do Verao se foi embora e o meu filhote de sempre voltou.

Ida à Gulbenkian



Fomos à Gulbenkian e correu bem. Antes de entrarmos no auditório o M disse-me que ia comer um dos snacks que lhe levei e que guardava o outro para comer la’ dentro, expliquei-lhe que isso não era possível e que também não ia poder falar comigo. Esta ultima afirmação indignou-o! Respondeu-me que ele QUERIA falar comigo!! Mas correu optimamente bem. Não falou, não fez barulho, tossiu nas pausas, e ensinou, a quem quis ver, as 1001 maneiras de se sentar numa cadeira. Como não estava ninguém sentado ao nosso lado não houve problema nenhum. 


A primeira parte do concerto foi dura porque era de um compositor Russo (que nao conheco) e a peca principal chamava-se ‘dancas e cancoes da morte’. O nome diz muito. Era uma musica muito bélica da qual não gostei muito. Já a segunda parte era uma selecção de partes de “O Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky e foi lindo. Eu gostei mais que ele, sem duvida, mas ele também gostou e ate reconheceu algumas partes. Falei-lhe daquela enorme e maravilhosa janela de onde se ve o jardim da Gulbenkian e que, durante os concertos, parece um quadro-vivo que vai mudando lentamente; e do facto dos contra-baixos tocarem em notas diferentes; e das diferentes sensações que a musica cria em nós por exemplo, quando é mais lenta ou mais rápida. E ele ouviu e disse que já sabia tudo, mas ouviu.



Antes de entrarmos certifiquei-me que ele me ouvisse a dizer a uma serie de pessoas que tinha a certeza que ele se ia portar bem, porque ele se porta sempre bem. O positive reinforcement funciona muito bem com o meu crio.

Enfim, estamos aptos a voltar ate porque se o Mathias era, sem duvida, o espectador mais novo, eu própria me senti uma jovem, e convenhamos, já não há muitos sítios onde possa dizer/sentir isso!

Friday, October 10, 2014

Piadinhas em ingles

Ontem quando fui buscar o M a escola pus-me a falar com os pais do D que me disseram que no dia anterior se tinham rido muito ao jantar com a piada do M na aula de ingles. Parece que a professora lhe pos o seguinte cenario: imagina que a tua casa esta' toda inundada, como e' que te sentes? Ao que ele responde, tranquilamente, "I'm ok, I know how to swim!"

Uma boa resposta de alguem que tem sempre uma logica implacavel.

Dilemas da vida moderna

Aos 8 anos o M nunca comeu uma pastilha elástica. Acho desnecessário, detesto ver pessoas a mascar pastilhas, ele nunca insistiu muito, por isso nunca o deixei. Entra a terapia da fala. O meu ratinho que é muito espertinho esperou até estarmos sozinho, à noite, para comentar, en passant, que a terapeuta tinha dito que comer pastilha elástica era um bom exercício (a par do beber por palhinha e fazer exercícios com Cheerios). Não insistiu, deixou a sugestão no ar, e eu fiquei a pensar nisso.

Eu já sabia que ele tem pouca dextridade de língua, lavar-lhe os dentes sempre foi um inferno. E, faz sentido que a pastilha elástica ajude.. Estes dilemas da vida moderna... 

Concertos na Gulbenkian

Esta noite vou levar o meu filhote ao seu primeiro concerto - de música clássica, tenho de clarificar, porque o M é muito insistente em contabilizar aquele concerto dos Belle & Sebastien a que fomos no ano passado e no qual ele adormeceu após uns longos e inteiros 5 minutos. Não sei se ele vai aguentar o concerto inteiro, nem se vai gostar, mas isso é o menos importante. O mais importante é que ele tenha contacto com formas de expressão artísticas e musicais diferentes daquelas que dão no Panda Biggs ou na rádio Comercial. Digo isto com a plena consciência de que eu raramente ouço música em casa e de que costumo ter a rádio sintonizada na Comercial. Aliás, também por isto é importante para mim levá-lo à Gulbenkian.

Também com este intuito decidi que este ano vou levá-lo a um museu novo todos os meses. No Canadá íamos muitas vezes a museus - os museus são quentinhos e no Inverno não dá para andar na rua. Tanto era assim que quando chegámos a Lisboa o M perguntava-me, 'amã, a que museu é que vamos este fim de semana?' (Nas primeiras férias de Verão do M em Lisboa eu arranjei uma babysitter por 15 dias e fiz um programa para eles que incluía vários museus). Só que em Portugal há muitas coisas para fazer, tanto no Verão como no Inverno, e temos os fins de semana mais ocupados, passamos mais tempo ao ar livre, passamos mais tempo em casa de amigos. O resultado é que este acabou por ser um dos bons hábitos que fomos perdendo e que gostaria de recuperar. Em Setembro fomos ao CAM (a arte moderna é melhor para o meu crio do que a arte antiga porque tem muitas vezes uma vertente mais interactiva e ele gosta sempre das instalações), ainda não decidi onde iremos em Outubro.

Não pretendo que o M à tenra idade de 8 anos seja um pequeno intelectual ou um pequeno virtuoso. Mas tenho consciência de que estes são hábitos que se criam em novo. Mais tarde ele fará as suas escolhas, por hora vem comigo.

A responsabilidade

Ter um filho responsável é óptimo até reparar que todos os pólos da farda estão dentro da máquina, aí é um inferno.

Esta manhã rolaram lágrimas grossas pelas bochechas, ouviram-se ameaças - não vou à escola!, fizeram-se sugestões mirabolantes - que tal secares o pólo com o secador???, insultou-se a economia doméstica que eu supervisiono (ah, who am I kidding, eu não supervisiono sou a sua única praticante), e gritaram-se muitas atribuições de culpa que deveriam deixar qualquer ministro deste governo envergonhado. E, depois disto tudo, e dos devidos mea culpa, o puto foi para a escola com a t-shirt da ginástica e com uma notinha da mãe a dizer para deixarem o menino em paz porque a culpa é toda dela. 

Thursday, October 9, 2014

Piadinhas escatológicas

O M está a aprender o funcionamento do corpo humano na escola. Ontem à noite na hora de deitar viemos ao meu quarto para o M fazer um dos seus famosos truques de judo (aqueles que aprendeu em duas aulas!). Depois de eu ter caído em cima da cama, ele diz-me:
- porque é que temos bochecas no rabo?
- ah, não sei bem filhote...
- e, se não tivessemos anus??
Risos, muitos e muitos risos, porque a fase escatológica é aos 3 mas parece-me ser eterna.
- se não tivéssemos anus por onde iam as fenes?!?!
- fenes??? Que fenes??? As feZes??
- ah, devo ter ouvido mal! Fezes, fezes!!!
Mais risos.

Estes momentos nocturnos não ocorrem com muita frequencia, normalmente o M vai direitinho para a cama, mas são tão bons! Rimo-nos, fiz-lhe cócegas, fez-me truques de karate, contou-me coisas sobre o dia e sobre a escola, e rimo-nos mais um pouco. O M anda contente e, felizmente, mais calmo. 

Já lhe disse isto muitas vezes mas é incrível como eu gosto mais dele todos os dias!!!

Tuesday, October 7, 2014

Adenda ao fim de semana (e esquecimentos)

No Verao fui passar um fim de semana a Melides. Fiz as malas, pus tudo o que precisava e, quando cheguei a Melides, percebi que me tinha esquecido dos fatos de banho em casa.

No fim de semana passado fui para o Porto para a celebracao dos 80 anos da avo do M. Havia dois jantares e eu escolhi dois vestidos. Pu-los num guarda fatos para nao se amachucarem e pendurei-o na porta do meu quarto. Fiz as malas, pus la tudo o que precisava e, quando estava a 150 km de Lisboa percebi que me tinha esquecido dos vestidos em casa!

Ha uns tempos atras teria ficado stressadissima e muito chateada comigo mesma. Mas agora ja nao. Sai na autoestrada em Gaia, fui ao Corte Ingles, experimentei 20 vestidos em 30m, comprei o que me ficava menos mal e tinha um preco aceitavel, e ja esta! E nao, quando fui para o Porto, nao me esqueci dos fatos de banho!

Momentos do dia

Os melhores momentos do dia sao quando o M ainda esta na cama (ou ja esta na cama) e eu baixo-me para lhe dar um beijo e ele agarra-me os bracos e poe-os junto a cara dele meio adormecido. Nessas alturas nao tem 8 anos, nao e' resmungao, nem precisa de estar constantemente a mostrar que e independente, e' o meu filhote loirinho, com pele de bebe, e que gosta mais de mim do que de chocolate.

Fim de semana Dinamarques

No fim de semana passado a avo Dinamarquesa do M fez anos. E onde e' que ela decidiu celebrar? No Porto. E com quem? Pois com toda a familia Dinamarquesa e connosco. Pois e' e com isso eu, que ja tinha um lugarzinho simpatico no Ceu, ganhei a casa com piscina. Nao e' que o fim de semana nao tenha sido agradavel, foi. Alias estivemos na Pousada do Porto que e' absolutamente espectacular, fizemos um cruzeiro no Douro (um bocado longo), demos uns fabulosos mergulhos na piscina, mas ainda assim pergunto quantas 'ex' se meteriam nestas coisas.

Valeu muito a pena. O meu filho estava radiante. Passou muito do seu tempo ao colo do pai, alias andou sempre atras dele como um patinho. Falou e brincou com os irmaos, os tios, os primos, e claro com a avo. E o facto de eu estar la da-lhe seguranca, embora me pareca que ele nem saiba bem disso, melhor assim. No Sabado durante o jantar de aniversario houve discursos e os manos do M disseram umas palavrinhas. Passado um bocadinho o M vem ter comigo com o telefone do pai na mao e diz-me que nao se lembra da letra dos 'Parabens'  e pergunta-me se eu canto com ele em Portugues. O M nao e' timido mas nunca o tinha visto voluntariar-se para cantar em publico. Disse que sim, claro e escrevi a letra no telefone. Depois no sitio onde ele tinha posto "M & Ama" pus tambem "&Far". Depois disse-lhe que como o pai dele sabe um pouco de Portugues achava que ele tambem podia cantar connosco. Passados uns minutos o M voltou. Ama, tu queres mesmo cantar connosco? Ou e' melhor ser so eu e o Far? Meu amor, e' como tu quiseres se quiseres que cante eu canto, se achares que nao e' preciso, eu nao canto. Se calhar e' melhor nao cantares porque se nao e' assim... muita gente.

E nao cantei, mas fiquei contente porque um trabalho de mae bem feito e', muitas vezes, aquele trabalho que nao ve.

Terapia da fala e escolhas profissionais

Ontem o M teve a sua primeira sessao de terapia da fala. Ele e' um bocadinho 'sopinha de massa' e eu gostava que ele perdesse isso. A terapeuta explicou que, no caso dele, pode estar relacionado com o facto do Ingles ser a sua primeira lingua e que, se ele fosse a uma terapeuta inglesa ela diria que ele estava optimo (e' o gesto da lingua para o 'th' que ele depois usa para o 's' e o 'z').

Estivemos la um bocado a falar com ela a explicar que demora tempo, que e' complicado, que e' necessario ele estar motivado, que tem que praticar muito e todos os dias e que e' importante porque se ele tiver uma profissao onde tenha que falar com muita gente ou em publico e' importante saber faze-lo bem. Ele esteve sempre sentado numa almofada no chao, a ouvir tudo mas distraido com as coisas dele. Eu expliquei que o M era o miudo mais disciplinado que eu conheco e que tenho a certeza que ele vai praticar. Disse tambem que a terapia era carissima e que tinha falado com o M e lhe tinha explicado que iamos fazer isto bem ate Dezembro mas que, se em Dez nao houvesse melhorias deixava de ir.

Quando saimos de la, eu estava mais uma vez a falar com ele sobre isto e sobre a importancia de saber pronunciar bem quando ele me diz que sim, que vai praticar. E porque? E' que eu quero ser actor. Queres ser actor? Sim. Mas nao e' nos filmes Portugueses, quero ser actor em Hollywood.

Ou seja, passamos de querer ser o Cristiano Ronaldo para querer ser o George Clooney...

Thursday, October 2, 2014

Cama sem jantar!

O meu miúdo ontem foi para a cama sem jantar. O meu miúdo ultimamente anda a deixar-me sem saber o que fazer. 

O M foi para a cama sem jantar por decisão própria (embora tivesse já perdido a história da noite) porque o jantar era camarões e ele GRITOU que não ia comer. Depois gritou que eu não podia desligar a tv sem antes tê-lo chamado (chamei 4 ou 5 vezes). Disse-lhe que era ou camarões ou cama e ele escolheu cama. Foi lavar os dentes gritando e acabei por ter que lá ir pôr os pontos nos i's e explicar que ele não está autorizado nem a gritar nem insultar-me (chata, acho que era). 

Não sei que fazer a estas fitas. Algo em mim me diz que é contra-produtivo castigá-lo porque é validar e dar corda à birra dele. Por outro lado, tenho medo de estar a ciar um puto mal-educado. 

E ele confunde-me porque ao mesmo tempo que faz estas birras e estes insultos e estas cenas também é incrivelmente ternurento e sensível. Ontem tinhamos combinado practicar a nossa luta de espadas (sim, eu practico lutas de espada e sim, é por causa do Johny Depp e dos seus piratas). Ora eu kntem estive 5 horas e meia na bicha da segurança social e estava cheia de dores de cabeça, mas não lhe disse nada. Quando chegámos a casa ele perguntou-me se eu estava bem, disse que eu estava com um ar muito cansado e recomendou-me dormir um bocadinho, que praticavamos espada depois. Ok, era tudo com um motivo pouco altruista mas ainda assim, reparou e deixou-me descansar. E há mais coisas: mesmo ontem quando lhe fui apagar a luz ele agarrou-me num dos seus inconfundíveis abraços enquanto resmungava pelos camarões. O M dá os melhores abraços do mundo. Abraços que são mais ganchos, ele usa o braço dele para fazer um gancho à volta do meu pescoço colando assim a minha cara à dele. Adoro! 

Quando o M nasceu pensei muitas vezes que me fazia falta um manual de instruções. Mal sabia eu que oito anos mais tarde ainda iria precisar.

Ghostbuster

Desde o princípio do verão que tenho a cozinha cheia de umas mosquinhas pequeninas e irritantes. Parecem moscas da fruta mas em vez de se centrarem na dita andam junto ao lavatório, lixo, etc. Eu tentei matá-las à mão mas elas são demasiado rápidas. Depois tentei ter a cozinha super limpa e sem água na bancada mas, embora tenha havido uma redução no número, elas continuam. Passei a pôr o lixo na rua todos os dias e nada. E depois usei insecticida. Pus tanto que tive que abrir as janelas da sala por causa do cheiro. Mas, quando fui à cozinha elas ainda lá estavam, meias zonzas mas vivas. E por isso fui buscar a mjnha última arma: o aspirador. E aspirei uma quantas e ontem voltei a fazê-lo. E hoje, pela primeira ve em meses, só tinha uma mosquinha!!! (Em vez das 6/7 do costume!). É muito cedo para ligar o aspirador mas à tarde não me escapa!!

E sim, tenho algum receio do meu aspirador um dia começar a deitar bichos para fora, mas cruzamos essa ponte quando lá chegarmos. Até lá  vou apreciar a minha cozinha!