Friday, November 12, 2010

Aprender a ler

Pois é, o M está a aprender a ler. Sózinho. Tudo começou há uns tempos quando lhe dei um letreiro e ele me disse que dizia 'taxi'. Acertou mas eu não liguei muito, sei que ele reconhece letras e achei que ele tinha 'decorado' a palavra (que no fundo até é capaz de ser como as crianças aprendem a ler, mas não tenho a certeza).

E ontem estavamos numa sapataria a comprar umas botas para ele e ele estava a subir e descer cadeiras por isso pedi-lhe para ele me soletrar um cartaz que lá havia.
G-E-O-X.
Sim, Geox, e por baixo?
R-E-S-P... resp I-R-A
Resp! Fiquei boquiaberta, resp!

Hoje, já na Régua pôs-se a pintar de vermelho a forma onde dizia 'vermelho'. Porquê? Porque era o que diziam as letras.

Ele ainda não sabe ler, é claro. Mas tem 4 anos e está a aprender sózinho. E eu estou pasma e muito orgulhosa do meu monstrinho.

De pequenino se torce o pepino

Esta noite o M acordou às 3 e tal da matina. Resmungou que queria vir para a minha cama e eu deixei. Deitou-se muito pertinho de mim, pôs um braço à volta do meu pescoço e disse-me que hoje iamos dormir assim para ele não ficar com tantas saudades minhas (ele hoje foi para a Régua). Passados uns minutos virou-se para o lado e adormeceu.

E no dia seguinte? De manhã quando contei esta historia em publico, ele negou tudo! Que ele afinal tinha querido dormir assim por mim, para *eu* não ter tantas saudades dele! Um acto altruistico, nada a ver com as suas saudades, mas a pensar em mim.

Ah, tão pequenino e já um mestre na arte da negação. Já o estou a imaginar daqui a uns anos...

Viseus e as rotundas

O M esteve em Viseu. E havia muitas rotundas, até havia rotundas triangulares, mas a maioria tinha forma de camelo. Palavras do próprio.

Tuesday, November 2, 2010

O Mundo

- Amã, o meu mundo está estragado!
- A sério?
- Sim, alguém estragou-o!
- A sério filho? O meu também. O que é que aconteceu ao teu, poluição?



p.s - A minha mae ofereceu-lhe um globo :)

Tuesday, October 19, 2010

Tanto pouco

Já é de manhã??? Mas eu dormi tanto pouco tempo!

Emergências nocturnas

Volta não volta o M acorda a meio da noite. E não faz a coisa por menos desata aos gritos, 'Amã!!!! Amã!!!!". Eu acordo sempre estremunhada e vou ao quarto dele com um estado de espírito entre a preocupação e a irritação. E então ele explica, "não sei onde está o Ami" ou, "não consigo puxar o cobertor" ou, "já é de manhã?". E eu, contenho-me, puxo o edredon para cima, apanho o Ami do chão, explico que só é de manhã quando eu disser, e volto para a cama.

Estás a dormir?

A melhor forma de ver se o M está a morrer de sono ou a adormecer é dizer-lhe algo como, 'és o meu bebé mais bonito!'. É que ele ainda hoje se recusa a ser bebé, e se tiver forças refuta logo essa acusação :)

Gosto de ti até...

Eu: Gosto de ti do tamanho de um barco de cruzeiro enorme, gigante!

[risos]

Ele: Gosto de ti... até ao espaço!

Dormir

Dormir é bom e eu gosto muito, muito mesmo. Aliás descobri que sem M consigo dormir até às 3 da tarde (ok, tinha saído à noite.... Mas não há nada melhor do que acordar com o meu filho a dizer-me "bom dia!" ou, mais comum, a perguntar "já é de manhã??" metendo-se depois na minha cama para namorarmos um bocadinho com beijinhos e abraços. Com começos destes os dias ficam logo melhores (ah, e o sol a brilhar lá fora também ajuda!)

Thursday, October 7, 2010

Adivinhas (by M)

Qual é o animal qual é ele que tem dois montes e é castanho?

Qual é coisa qual é ela que é amarela e serve para comer maionese?


A primeira é fácil, a segunda um pouco mais difícil. Palpites? Eu adivinhei...

Regresso do cruzeiro, em Espanhol

O M voltou ontem do seu cruzeiro. Regressou alegre e contente. Adorou tudo. À noite lemos os panfletos que ele trouxe para casa e uma história sobre... barcos de cruzeiro. E de manhã quando acordou (depois de umas restauradores 12 horas de sono) entrou no meu quarto e disse-me 'Buenos Dias!'

Coisas a ensinar a todas as crianças: questões de dinheiro

No outro dia a minha mãe foi buscar o M à escola. No caminho para casa tiveram uma conversa importante. O M começou por explicar que a sua amã (vulgo, eu) estava com alguns problemas com o cartão multibanco. Depois disse-lhe que ela, avó L, tinha outro cartão multibanco com mais dinheiro e por isso queria saber se ela lhe dava uns euros.

Não está mal, pois não? O próximo passo é ensiná-lo a não aceitar nada menos do que 100 euros.

Monday, October 4, 2010

Adenda a visao 20 - 20

Na noite do oftalmologista o M foi-se deitar e eu liguei a televisao. Estava a dar a grande comunicacao do Socrates ao pais e deixei-a ficar ligada. Passado um pouco oico o M a chamar-me, "Ama! Ama!". Levanto-me e nao querendo perder nenhuma medida de austeridade, pergunto-lhe o que foi. Ele diz-me que tem que fazer chichi e eu recambio-o para a casa de banho e fico no corredor junto a sala a tentar ouvir o Socrates. E' entao que ele me pergunta, estas a ver televisao? Sim, filho e agora despacha-te! E ele abre os olhos e diz-me, televisao! nao te lembras do que o medico disse?

Adenda a proclamacao da Republica

Apos ter perdido o voto do meu filho, e nao fosse eu boa politica, perguntei-lhe diariamente se *agora* ja votava por mim. Da ultima vez a resposta continuou a ser negativa, e por isso perguntei-lhe o que e que faltava no meu programa eleitoral.

No teu programa, disse-me ele, noticias!!

Socrates, aprende comigo, nada como o poder da informacao!

Sunday, October 3, 2010

Messagem de Africa

Mama A estou em Africa e comprei umas surpresas para ti. Mxxxxxx (foi ele que assinou)

(email recebido hoje)

Thursday, September 30, 2010

A Implantação da Républica (ou como eu perdi as minhas primeira eleições)

Esta manhã enquanto levava o M à escola lembrei-me que na terça são os 100 anos da implantação da Républica em Portugal e resolvi explicar-lhe.

O que é a Républica? Perguntou-me ele. E eu lá lhe expliquei que tem a ver com o sistema governativo do país e que antes da Républica havia uma monarquia em Portugal e que depois houve uma revolução para passarmos a ser uma Républica.

Mas os reis são maus? pergunta ele. Não, os reis não são maus mas os reis são reis porque nascem numa família real, e é por isso que passam a governantes. Numa Républica democrática nós podemos eleger através duma eleição quem nos governa. É por isso que é importante votar para expressar aquilo que tu queres, explico-lhe eu. Por exemplo, imagina que havia umas eleições e tu votavas na mamã, mas a maioria das pessoa votava na tia Bárbara, era ela quem ganhava. Porque numa democracia é preciso respeitar a vontade da maioria, concluo eu já lançada nesta explicação e orgulhosa por ter começado a incutir-lhe um pouco de sentido de responsabilidade sobre a importância do processo eleitoral.

E é então que oiço do banco detrás,

"Ah, mas eu prefiro votar na tia Bárbara!"

E foi assim que eu perdi as minhas primeiras eleições (mas ganhei um filho cheio de sentido de humor)

Wednesday, September 29, 2010

Visão 20 -20

Fui hoje ao oftalmologista com o M. Exames feitos e o médico concluiu que o M tem visão 20 - 20, ou seja, perfeitica e, segundo o médico , muito desenvolvida para a idade dele altura em que a visão costuma ser pior. Disse-me aliás que o M era um miúdo muito desenvolvido para a idade , um miúdo muito inteligente. Convém dizer que o M começou por ter que lhe mostrar que sabia os números e demonstrou-lhe também que sabia somar e subtrair (de forma rudimentar, como convém, mas nonetheless).

Claro que nem tudo foram rosas, o médico, mal entrámos no consultório disse-me que devia 'dar' uma mana ao M porque ele estava a ficar mimado (parto do principio que esta não era uma oferta para trocar fraldas às 2 da manhã), e que nós (quem somos 'nós' pergunto eu?) deviamos ter cuidado para não estragar os olhos e a inteligência do menino!

Não sei bem como é que um médico se dá ao luxo de proferir tais bitaites, mas a verdade é que não se inibiu. Mas pronto, como também disse que o rapaz é inteligente a malta perdoa…

Monday, September 20, 2010

Estar velha...

Imaginem esta cena: a dançar no Gossip em frente da minha amiga Maria. Do lado direito estão dois gajos dos seus 40 aninhos, um deles dança perigosamente perto de nós com uns passos todos rebuscados. Do lado esquerdo estão três putos com máximo 25 aninhos, também a tentarem dançar connosco.

De repente um dos jovenzinhos chega-se ao pé de mim e diz, "quando eu fôr grande também quero dançar assim".

E eu respondo, "como eu ou como ele?" enquanto aponto para a direita.

Ai que estou tão velha!!

P.S- Mas ha que dizer que o rapazinho nao se deu por achado e mais tarde voltou a meter conversa comigo (ja' nao me lembro sobre que... ai que estou mesmo velha e a perder a memoria :)

Monday, August 16, 2010

O rei da hipérbole

Uuuuuu!! Uuuaaaauuuu!!! Que bonito!!!!! Vamos embora.

(O M no cimo do Padrão dos Descobrimentos)

As pessoas de Toronto são…

- E como é que são as pessoas em Toronto? pergunta alguém ao M
- São porquinhas!

Thursday, August 12, 2010

Obrigada mãe!

A semana passada a minha mãe levou o meu filho de ferias por uma semana. Uma semana. Uma semana inteira para mim, a primeira em quatro anos e set emeses (não que os tenha contado…). E foi maravilhoso. Para a minha mãe aqui fica um gigante MUITO OBRIGADA, e ficam também algumas estatísticas relevantes.

Horas dormidas na primeira noite: 12
Hora do despertar na manhã seguinte: 13hrs
Hora normal do recolher: 1 da manhã
Hora anormal do recolher: 5.30 da manhã
Refeições comidas em casa exceptuando o pequeno almoço: 0
Horas passadas em casa (acordada): 9
Horas que o dia aparentava ter: 30
Desconhecidos conhecidos: 6
Refeições feitas com um desconhecido: 1
Pedidos de amizade desses mesmo conhecidos: 3
Pedidos aceites: 1
Novos bares, restaurantes e afins visitados: 5
Caipirinhas bebidas: 6
Horas passadas a dançar: 4
Horas passadas com amigos: muitas e boas!

Podes fazer tudo o que tu quiseres

No caminho para casa da Avó L, no dia em que eles foram para Sesimbra por uma semana de férias, diz-me o M,

Amã, quando eu não estiver podes fazer tudo o que tu quiseres.

E eu a pensar,
que filho tão incrivelmente simpático (e esperto) que tenho. Que amor!

Por isso, digo-lhe,
a sério M? És um querido!

E ele diz-me,
sim, podes fazer tudo o que tu quiseres!

E eu, já com vontade de parar o carro para lhe dar um abraço digo,
Gosto mesmo de ti!

E então ele diz-me,
podes fazer o que tu quiseres com esta bolsinha, mas tens que a deixar no carro, está bem? está bem?

O jogo dos nomes

Vamos no carro a jogar aos nomes, eu digo um, ele outro. Rafael, Manuel, Miguel, etc e tal. E eis senão quando ele exclama do banco detrás, "Cristiano Ronaldo"! Parece que nem o meu filho imigrante de quatro anos está imune a esse fenómeno...

Boa noite sweet honey pie

Boa noite sweet honey pie, digo-lhe eu.

Ele ri-se e pergunta o que é que isso quer dizer?

Como é que se diz 'pie' em Português?

Papá! e mais risos.

Wednesday, July 21, 2010

A guerra dos sexos

Cá em casa andamos a travar uma verdadeira batalha campal. Sobre quê perguntam vocês? Aquilo que as meninas podem ou não podem fazer. É que desde que chegámos a este santo país que o meu filho insiste que há milhentas e uma coisas que as meninas não podem fazer. E eu insisto que as meninas podem fazer tudo o que os meninos fazem e que até há coisas que só elas é que podem fazer. E daí que, vamos nós no carro de manhã e a criança diz, as meninas não podem trabalhar com as gruas, pois não amã? Quer dizer, as meninas também podem mas os meninos também, e as meninas não querem mas os meninos sim, e os meninos é que trabalham com as gruas, não é amã? E a isto eu digo que esta guerra está a ser ganha por mim

Boa Noite de manhã

Às 6.57 da manhã...

- Amã! Amããã! AMÃÃÃ!!!
- Sim M o que foi?
- Boa noite!

E vira-se para o lado e dorme até às 8.30!

Friday, July 16, 2010

Ena pá!

Desde que chegámos a Lisboa que o M está cada vez mais Português nos seus maneirismos e cada dia chega a casa com uma expressão nova. Outro dia foi o 'à pois é!' e qualquer pergunta que lhe fosse dirigida era retornada com um "à pois é", estilo, 'M vamos lavar os dentes? À pois é!'. Parecia que estávamos a viver num programa do Bruno Nogueira (e não sei bem o porquê desta associação mas ela existe).

Ontem passámos ao 'ena pá!' (embora eu tenha vetado logo a parte do 'pá' porque eu sou do tempo em que 'se eu sou pá tu és vassoura...'), e tivemos a seguinte conversa:

- Amã, tu já viste um filme de uma arca?
- Uma arca?
- Sim, um video de uma arca a matar o tratador
E quando eu finalmente percebo e me preparo para responder ele diz-me,
- Ena pá!

Wednesday, July 14, 2010

Questões relativas a ser homem

Este texto é uma reflexão sobre duas temas que me tem feito pensar. Dois temas relativos à questão de ser homem. A primeira toma a forma de uma pergunta, e é bastante simples mas nem por isso menos importante: quando é que os gajos aprendem a fazer chichi dentro da sanita? É que o meu filho parece um daqueles condutores domingueiros quando faz chichi, cada vez que vira a cabeça para a direita lá vai chichi, depois para a esquerda e lá vai mais um chichizito para o chão. O resultado é que ontem estive cerca de uma hora a limpar o chão da casa de banho e a sanita, que por certo ficou tão limpinha que se podia comer em cima dela. E quando o M acordou a meio da noite para fazer chichi até senti o meu coração apertado tal era o brilho que emanava da casa de banho. Por isso quero saber, quando é que os gajos aprendem a mijar dentro da sanita? E por favor não me digam que é na mesma altura em que aprendem a por a tampa da dita cuja para baixo porque se não dá-me uma coisa. Na verdade este último comentário, embora fique bem em termos retoricos, não é verdadeiro. O M , com grande insistência minha, põe a tampa da sanita para baixo. (Já puxar o autoclismo é outra história).

O que me leva à segunda questão em forma de história. No outro dia fui buscar o M à escola e estava ao telefone com um amigo. Quando entrámos no carro o M olhou para o banco da frente e disse-me 'amã, tens uma mala nova?'. Eu ri-me e comentei com o meu amigo, que me disse que isso não era bom sinal, que um dia destes o M me ia dizer que o meu novo corte de cabelo estava muito giro. E diz. Tal como me diz que o meu vestido novo é muito giro, ou que eu hoje estou muito bonita. Ou seja, estou a criar um menino que vai ter grande sucesso com as meninas. Isto se aprender a fazer chichi dentro da sanita!

Monday, July 12, 2010

O trabalho

Há já uma semana que ando a trabalhar e há que tempos que não o fazia tão bem e que não me dava tanto gozo. Talvez esteja de volta ao meu 'old self' que fez com que publicasse alguns artigos e tivesse 3 ofertas de trabalho. Mas mesmo que assim não seja é muito bom sentir-me mais produtiva e em controle. Afinal parece-me que todos aqueles que diziam que o que eu precisava mesmo era de umas férias tinham razão. Nada como o (des)conhecimento do nosso próprio corpo.

Ser liberal

Quando estávamos na praia ficámos amigos de uma menina de 5 anos chamada Mariana que acabou por vir connosco para o café enquanto a mãe descansou na areia (isto no Canadá jamais aconteceria!). E ela explicou que tinha um namorado. O M que não tinha ouvido bem perguntou logo, 'namorado ou namorada?'. E eu fiquei toda orgulhosa, é assim mesmo filho, nada como ser apreciativo da liberdade e individualidade de cada um de nós!

Arranjar um namorado

Ontem à noite adormeci a pensar que devia arranjar um namorado porque o M precisa de um homem na vida dele.* Ser mãe é uma coisa estranha :-)


* Antes das críticas ou psicoanálises: Um homem que goste de jogar à bola, que ache que andar a luta é uma coisa porreira, que não se magoe de cada vez que o M faz uma investida. Não é o meu caso.

Ser mãe

Acho sempre que não há ninguém que leia este blog. Às vezes isso chateia-me, mas normalmente não ligo. Afinal de contas escrevo para mim e para o M. E de vez em quando falo com uma amiga que me diz que gosta de ler o que aqui escrevo porque se nota que ter um filho me dá prazer e que assim fica ainda mais convencida que gostava de ser mãe. Ainda bem.

É que em dias como hoje em que o meu filhote acordou e me veio dar um beijo, e quando eu lhe perguntei pela prenda que ele me tinha prometido ontem à noite, explicou-me que não tinha uma porque a sua magia não funciona, só a minha é que funciona. (Ontem dei-lhe uma prenda que tinha escondida lá em casa, e para ela aparecer fiz magia). Quando o vejo na praia a ter longas conversas com o Nacho, enquanto ele olha para ele com um ar de espanto e de admiração. Quando o vejo a correr para trás 100 metros para depois dar um mini-pontapé na bola e sempre com a lingua de fora que para estar concentrado isso é essencial. Quando ele se abre num sorriso quando lhe digo que gosto mais dele do que de chocolate. Em todos estes momentos sei que o M é realmente a melhor coisa que eu já fiz.

(E não quero dizer com isto que não haja alguma censura da minha parte. Se tivesse que escrever todas as minhas pequenas frustrações e discussões com o M havia alturas em que não faria outra coisa. Mas também há épocas, como agora, em que não dizia nada.)

A chave de uma relação bem sucedida

Este fim de semana esteve cá outro amigo nosso a visitar-nos, outro amigo Espanho também ele Nacho. E o M voltou a apaixonar-se, a dar a mão, a ter conversas intermináveis, a desfazer-se em sorrisos. Com o Carsten a coisa também tinha corrido bem, mas claramente o M tem queda para os Nachos/Natxos. E dá-me a sensação que o M é capaz de ter descoberto a chave de uma relação bem sucedida: arranjar alguém que não perceba muito do que ele diz, que o oiça como se entendesse, e que no fim sorria, diga que sim e vá fazer o que ele quer.

Foi um fim de semana fantástico!

Thursday, July 8, 2010

O coiso e a coisa

"Se as raparigas ganharem os rapazes mostram o coiso. Se os rapazes ganharem as raparigas mostram a coisa" diz a menina de 7 anos enquanto aponta para a dita cuja. Ganharem um jogo de futebol no recreio da escola entenda-se. E eu não resisti a dizer que achava que o preço da derrota era um bocadinho puxado. Mas sobretudo fiquei a pensar que hoje em dia realmente se cresce mais depressa.

Saturday, July 3, 2010

O barulho do carro, ou as formigas são insectas?

Comprei um carro novo. Novo para mim, porque o carro tem quase doze anos. É o chamado chaço (ou será chasso?). O nosso chaço é pouco ou nada insonorizado, ou seja, lá dentro faz um barulho infernal. E eu pensei, ora ainda bem, assim vou ter um pouco de paz sem ter que estar sempre em grandes conversas com o M. Enganei-me. Redondamente. As nossas conversas continuam, só que agora são aos berros. E foi assim que na viagem de regresso do Algarve dei por mim a responder a perguntas estilo, 'as formigas são insectas?' ou 'temos bactérias no rabo?'

Pôça!

Desde que cá chegámos o meu filho tem aprendido muitissimo Português, e já tem muitos maneirismos engraçados. Aqui fica a história do 'pôça'.

- Amã quantos anos tem a avó L?
- Sessenta e tal
- Pôça!!

(Depois perguntei-lhe o que é que ele queria dizer com isso, e ele disse-me que 'pôça' significa muito. Ah, e ontem disse-me caraças...)

Monday, June 28, 2010

Saudades masculinas

Aqui há coisa de um ano o M só ligava a mulheres mas hoje em dia as suas paixões são pelo lado masculino. Noto isso nas conversas dele, agora diz-me muitas vezes que os meninos têm mais força e que conseguem levar os felotes aos ombros, etc, etc.

Estivemos agora uns dias no Algarve e o M apaixonou-se pelo Natxo. Mal ele chegava o M largava tudo (até a mim) e ia ter com ele. Notar bem que o Natxo não fala Português mas nem isso impediu o M de se apaixonar. Houve um dia em que referindo-se ao Natxo lhe chamou Mike, e a isso se acresçe o M andar a pensar no pai. Quando saímos de Sagres ele perguntou-me para convidarmos o pai para vir passar uns dias connosco. E isso faremos, mas receio que ele não venha (mais do que receio a vinda dele) e penso que terei que ir com o crianço a Boston.

Vida de mãe não é fácil. Nada fácil. E a culpa... nem vamos falar disso.

As crianças gostam de brincar, ou, uma lógica implacável

No outro dia fui buscar o M à escola e perguntei-lhe se queria ir parque infantil ou se queria ir para casa brincar. Ele escolheu o parque infantil, e eu expliquei-lhe que isso significava que não iamos brincar em casa. No caminho para casa tivemos a seguinte conversa:

- Amã, as crianças gostam muito de brincar, não é?
- É verdade filho, as crianças gostam muito de brincar.
- E os papás não gostem pois não?
- Os papás também gostam, mas tens razão as crianças gostam mais.
- O Fá (pai) gosta muito de brincar comigo, não é?
- Sim filho, o Fá gosta muitissimo de brincar contigo.
- Mas tu não gostas...
- Eu?? Eu ADORO brincar contigo!!
- Ah! Então quando chegarmos a casa vamos brincar!!

Uma argumentação perfeitica diria eu!

Productividade Alemã

Na semana passada fui trabalhar para o Tamariz. Levei o computador, sentei-me num café e estive a trabalhar durante umas duas ou três horas sem interrupções. Quando me levantei para pagar estava lá um senhor velhote também ele a pagar que me falou em Alemão.
- What?
E ele voltou-me a falar em alemão.
- Sorry I don't speak German
- I saw you working hard and thought that for sure you were German!
- No, I'm not. I had some things to do and its a beautiful place to do them.
- That's right. Are you Swedish?
- No, I'm Portuguese.
- Ah, Portuguese working so hard??!!??

Vestibal Panda

Alguém quer ir ao Vestibal Panda?? Não? Não??? Pois, eu também não mas o M sim

Wednesday, June 16, 2010

Os grelos e os dinosauros

Amã, eu não quero estes espinafros!
Não são espinafres, são grelos, digo eu, enquanto retiro metade do prato dele. E tens que provar.
Não quero! Não gosto.
Sim, gostas, até porque os grelos são os vegetais que comem os dinosauros. Come para veres o que
acontece aos dinossauros quando comem grelos.
Começa a mastigar e meia hora depois ainda mastiga. Finalmente engole e quer saber o que faz com que os grelos sejam tão especiais para os dinossauros.
Os dinossauros quando comem grelos ficam muito mais rápidos, digo-lhe eu.
Ah! E com um sorriso nos lábios o M começa a correr de um lado para o outro.
Boa M! Mas sabes os dinossauros quando comem ainda mais grelos para ficam ainda mais rápidos! E quantos mais grelos comeres mais rápido vais ser!
Amã, posso comer aquele bocadinho de grelos no teu prato??!!

Saturday, May 29, 2010

Quatro

Quatro é o número de meninos que bateram no meu filho ontem na escola. E eu estou preocupada e não sei que fazer.

Sunday, May 23, 2010

Dropping out

One of "my" students emailed today saying that he was dropping out of the Ph.D. program. He said he started having severe anxiety attacks and he could no longer handle the overall lack of direction in his life. And, at times like this I understand why often my life feels so hard, and that not dropping out is actually a major feat and I should feel proud, even if I mostly feel adrift.

A primeira mentira

Este é um post antigo, que devia ter sido escrito há meses, já nem sei quantos e por isso mesmo é que o devia ter escrito antes. É sobre um importante marco de desenvolvimento do meu filhote: a primeira mentira. Mentir é uma coisa que se aprende, crianças regra geral dizem sempre a verdade, e a primeira vez que o meu filho me mentiu não pude deixar de tomar nota. Ele estava na casa de banho a fazer xixi e quando saiu da casa de banho eu perguntei-lhe se ele tinha lavado as mãos, e ele, descaradamente, respondeu-me que sim. Um marco histórico de desenvolvimento infantil que eu me apressei a desfazer dizendo-lhe que não se mente.

O M numa linha

Sábado fomos ao Guincho. Nós e meia Lisboa. Aquilo era um verdadeiro circo com pessoas a estacionarem longissimo e em cima de qualquer palmo de terra. Eu queria ir à praia do Abano, e depois de muito, muito tempo à espera para ir ao Bar do Guincho vem um sr. avisar que o parque está cheio e mais vale dar meia volta. Eu ponho-me a resmungar entre dentes furiosa, e explico ao M que vamos ter que dar meia volta. E ele, com toda a sua calma, optimismo e boa disposição diz-me, "ainda bem que vamos a outra praia, esta tinha muitas ondas muito grandes". Uma lição para a vida esta, se as coisas não correm como queremos mais vale pôr cara contente e partir para outra. Mas, não devia ser eu a dar-lhe estas lições?!

O seu filho é fabuloso!

Hoje fomos almoçar à expo. A meio fomos à casa de banho e encontrámo-nos lá com a senhora da mesa do lado que me pediu desculpa mas tinha que me dizer que o meu filho é fabuloso, tão querido, mas tão querido, que estava ali sentada na mesa do lado e não podia de deixar de me dizer isto. E juro que enquanto mo disse tinha até uma lágrima no olho. E aqui a mamã ficou muito orgulhosa.

p.s - especialmente porque passados uns minutos outra senhora engraçou com ele e fez-lhe elogios.

Thursday, May 20, 2010

Tratarem-me por tu

Nao sei se estou a ficar velha ou snob mas confesso que não acho piadinha nenhuma a que a empregada do restaurante me trate por tu, estilo "queres café ou a conta?" Não preciso que me tratem por V. Excelência ou Sua Eminência mas daí ao tu vai uma enorme distância. Serei a única? Espero que nao!

Escolhas para o Futuro

Foi-me perguntado em tom de desafio se preferia que o meu filho fosse homosexual ou padre. A resposta para mim é óbvia: homosexual. Na verdade o que quero é que ele seja feliz, que se sinta bem na sua pele, que goste de si próprio e que faça aquilo que gosta. Mas se me perguntarem a mim e as escolhas forem estas não hesito.

Relatos de uma imigrante - O Civismo

Não quero ser daqueles imigrantes chatos que ainda o avião não parou já afirmam que lá nos países deles as escadinhas são mais rápidas, mais seguras e até fazem massagens nas pernas. Ainda assim, não posso deixar de reparar na falta de civismo que impera em Lisboa. Perdeu-se o respeito pelo próximo e passámos a viver numa cidade de egoístas. Todos os dias de manhã quando vou levar o meu filho à escola chego à mesma desagradável conclusão. Há carros estacionados nos passeios, em segunda e terceira filas, a bloquear os cruzamentos e a faixa de rodagem, são cinco minutos que se transformam em dez ou quinze. Mas tudo isto parece fazer parte do estado natural das coisas em Lisboa. Mais chocante ainda foi ver uma ambulância do INEM a tentar furiosamente passar e os carros da frente a continuarem impávidos e serenos só a deixando passar depois de confirmare que eles próprios podia seguir o examplo para furarem o trânsito.

E talvez por isso quando faço o rescaldo desta visita do Papa a parte mais positiva (a unica?) foi que durante dois dias consegui ver os passeios desta cidade. As pedras da calçada todas sem um carrinho em cima. E, embora imigrante, asseguro que são muito mais bonitos que os do Canadá.

Sunday, May 16, 2010

Saudades, e a falta delas (ou, estou lixada!)

- Mamã, quando nós moramos em Portugal eu não tenho saudades. Quando estamos em Toronto eu tenho saudades da avó L e do R. Mas em Portugal não.
- Tu em Portugal não tens saudades de ninguém? A sério? Isso é bom.
- Não tenho saudades. E eu não sei porque nós moramos em Toronto. Nós deviamos morar em Portugal.

Thursday, May 13, 2010

Ilha tropical

Há dias como este em que me apetecia vender os meus poucos pertences pegar na minha criança e ir viver para uma ilha tropical longinqua. Amanhã será melhor.

Wednesday, May 12, 2010

The Pope saw us this morning

M and I saw the Pope this morning as we walked to school. When the Pope arrived, M was too mesmerized by the police motorcycles, cars, vans and helicopters to even notice that there was someone inside the car. So, perhaps I should say that the Pope saw us this morning.

Tuesday, May 11, 2010

(mis)understandings

Uma conversa entre o M e o Rafael
R: Correu bem o teu dia na escola?
M: Sim. Corri muito (e imediatamente poe-se a correr para demonstrar)

A visita do Papa

E, caso faça falta, fica aqui o registo para toda a eternidade, eu sou Portuguesa e NÃO sou católica. Aliás tenho cada vez uma alergia maior à igreja Católica. E tenho dito.

E em tom de rubrica digo também que esperava que o Bento XVI trouxesse pelo menos bom tempo. Mas não. Nem isso.

Friday, May 7, 2010

Tipping the scale

Este ano foi o ano do meio. 18 anos fora, 18 anos em Portugal. A partir deste ano passo a ter vivido mais de metado da minha vida fora. E nao sei se gosto ou se fique triste.

Relatos de Uma Imigrante

Os cinemas têm lugar marcado! (Eu já nem me lembrava o que isso era...)

Thursday, May 6, 2010

A diversidade na escola

Deepika. Omiyo. Sharun. Shariff. Amit. Emma. Sophia. São alguns dos nomes dos colegas do meu filho na escola em Toronto. Como os nomes indicam as nacionalidades (e cores de pele) são variadas, assim como o são as experiências culturais a que ele está exposto.

Aqui em Portugal os coleguinhas dele são todos branquinhos tal como ele. E todos Portugueses da Silva. E isso faz-me alguma confusão. (É que estar na sala da filha de uma iminente personalidade da TV Portuguesa não é bem a mesma coisa). É claro que o facto de ele ir a um colégio privado (e caro) ajuda. Mas penso que falta de diversidade é prejudicial para o M e sobretudo é prejudicial para estas novas gerações de Portugueses. E já agora, notar bem que eu tentei um jardim de infância público mas não havia lugar.

Relatos dos primeiros 4 dias na escola

- Então M hoje brincaste com os outros meninos na escola?
- Não. Eu não sei os nomes deles...

- Hoje foi um dia bom na escola? Acho que te divertiste com o teatro, não foi?
- Hoje eu não chorei nem disse o teu nome.

Ele fica um pouco triste. A mim parte-se-me o coração com cada uma destas habituações e mudanças...

Relatos de uma Imigrante

As lojas em Portugal estão abertas até às 23h!! As lojas. Abertas. Mesmo.

Monday, April 26, 2010

Friday, April 23, 2010

Dia de mudanças

Ontem pela terceira vez em pouco mais de 2 anos mudei da casa. Desta vez pus tudo num quartinho de diminutas dimensões que alugo até Janeiro. E enquanto os homens das mudanças lá estavam toda a minha vizinhança decidiu falar comigo. Eu vivo neste prédio há um ano e meio e nunca ninguém falou comigo mas yesterday was the day. E foi assim que descobri que há um homem no terceiro andar que bate na mulher e que a vizinha deles teve que chamar a policia às 3 da manhã, que a vizinha do séptimo andar também teve uma enorme discussão com a senhoria que também envolveu policia, que as minhas duas vizinhas (lado e frente) também vão mudar de casa este Verão porque tal como eu acham que o serviço no prédio é péssimo, e a lista continua.

E eu que, como não gosto de mudanças, já estava a romantizar a minha estadia naquele apartamento fui obrigada a "cair na real". Quando voltar vou comprar casa.

Mar Morto

No outro dia o M pegou na caixa do sal que eu tenho na cozinha e anunciou que hoje ele queria usar sal, levando-a para a mesa. Passado um bocado eu chamei-o para irmos jantar e para ele levar o prato dele para a mesa. Quando me fui sentar olho parta o prato dele e por momentos tive esperança que ele tivesse encontrado o queijo ralado. Perguntei-lhe e percebi que não, ele tinha simplesmente recreado porções do Mar Morto ali mesmo no seu prato. Boa mãe que sou deixei-o provar; não o fazer seria (a) anti-pedagógico e (b) uma razão para uma crise de choro. Ele experimentou fez umas caretas incriveis e bebeu agua (tudo isto enquanto eu me ria, o que confesso não ajuda a pegagogia) e nunca mais me pediu o sal.

Tuesday, April 20, 2010

One of a kind

This morning when I got to the car I found a pamphlet under my windshield wiper with the slogan"one of a kind". I thought it was advertisement for an online dating service and as I threw it in the garbage I realized it was about Jesus, he was the one in a kind. I am not sure what this says about me, or about Jesus...

Monday, April 19, 2010

Ser homem deve ser muito estranho

No outro dia fui tomar um copo com uns amigos do Mike. Um deles disse-me que a mulher com quem vive há anos só o tinha visto chorar duas vezes: por causa do pai e do Mike. E eu fiquei a pensar que todos os meus bons amigos (e alguns menos bons) já me viram chorar mais vezes do que essas. E dai concluir que ser homem deve ser muito estranho...

Keeping up with current events

Hoje no carro:

- Mamã, porque é que os aeroportos de Portugal e Espanha estão abertos e todos os outros países fechados?

Ah, se os meus alunos prestassem metade da atenção ao que lhes digo...

Thursday, April 15, 2010

Traductor

Estou sentada no meu quarto e ouço o M ensinar Português à Niru. Que bom!

Tuesday, April 13, 2010

Inoportunidades

Uma das coisas caracteristicas das crianças é que ainda não foram socializadas na arte de saber quando e o que dizer. Dai as muitas gaffes e inoportunidades que cometem. Em preparação para este fim de semana em que viemos visitar os pais do Mike eu expliquei ao M que eles estão tristes porque o Mike faleceu e já não está aqui connosco, e que ele tem que se portar bem. Esta conversa foi tida na 6a feira. E claro que a primeira coisa que o M disse quando saimos do comboio, antes mesmo de dizer olá, foi, "my mom says that Mike is in heaven". E pronto, ainda bem que veio bem preparadinho.

A outra gafe que cometeu, e que ainda me faz rir, também teve a ver com o Mike. Foi quando Arne veio a Toronto da última vez, faz agora quase um ano. Ele chegou tarde, o M já devia estar na cama mas eu lá o mantive acordado. Quando o Arne chegou o M ficou excitadissimo, e começou logo a inquirir sobre o que o Arne ia fazer, sugerindo que ele devia dormir lá em casa. O Arne lá explicou que voltava amanhã etcetera e tal. E de repente saído do nada o M diz, "that's what Mike does, he also comes to our house and stays for dinner and plays with me and talks to my mom. Yeah, Mike also comes to us at night". Isto nos primeiros 5m com o pai. E ficou então esse (falso) inuendo no ar.

Fuzzy cat

"Hello pussy cat," says Mike's mom.

" Hello fuzzy cat!" says M.

Saturday, April 10, 2010

O cão não é bilingue?!?

No cabeleireiro esta manhã havia um cão e o M queria saber o nome dele. Eu disse-lhe para ele lhe perguntar. O M senta-se no chão e diz, "qual é o teu nome?" E não tendo obtido resposta pensou que talvez o problem fosse o cão não ser bilingue por isso tentou mais uma vez, "what's your name?".

Ah, e ficou lindo com o seu novo corte de cabelo!

Wednesday, April 7, 2010

Habemus B.I's!

Já temos os nossos BIs. E sim, refiro-me a BIs mesmo, à séria. Não daqueles CCs que por ai circulam. É a vantagem de ser imigrante, a discriminação.

Wednesday, March 31, 2010

E mais uns passos de danca

O M adora dancar e tem uns grandes passos de danca. Aqui fica uma amostra do mes de Fevereiro. (E as conversas que acompanham a danca sao tao boas como a propria!)




Ginastica

Como ja aqui disse o M tem ido a ginastica. Aqui fica um video da penultima aula.

Notar bem como ele e cauteloso quando se deita na cama elastica. Em vez de saltar e cair, fa-lo com muito cuidadinho :-)





E um da ultima aula. Notem bem como ele observa e depois faz o que lhe apetece...

Negociações

O M tem alma de vendedor de automoveis. Negocia tudo. Sempre. Constantemente. E eu também tenho alma de vendedora, engano-o quando me convêm.

No outro dia estávamos a discutir estrelas. Estava-lhe eu a dizer que lhe dava uma estrela cada vez que ele fizesse cocó, e que às 5 estrelas lhe dava uma prenda. Não! disse-me ele, 7 estrelas!

Esta semana negociámos a ida ao médico. No domingo, e sabendo que na terça tinhamos que ir ao médico comecei a prepará-lo psicologicamente. Não! disse-me ele, eu não quero ir ao médico só quero ir no dia... que número é hoje? Hoje é dia 28. Ah... eu só quero ir no dia 22! Hummmm e que tal no dia 30? Trintin! Está bem! (E lá fomos ao médico hoje).

Melhoras

E hoje pela primeira vez desde dia 27 de Fevereiro tive um dia bom, ou pelo menos, leve.

Tuesday, March 30, 2010

Médico e Dentista

Hoje tirei o dia para levar o M ao médico e ao dentista. Esperava o pior porque ele anteontem disse logo que não queria ir ao médico e que o ia empurrar. Eu expliquei-lhe que não e que contava com que ele se portasse bem, que sabia que ele se ia portar bem. E assim foi. Ele resmungou um pouco antes de irmos mas entrou no consultório de sorriso nos lábios, levou duas vacinas que o fizeram chorar e saiu de lá com ambos braços doridos, com dois chocolatinhos oferecidos pelo médico e a repetir que "eu não gosto do médico! ele é mau!" Mas enquanto lá esteve portou-se muito bem. (Para ver bem o esperto que o meu filho é à noite na banheira perguntou-me sobre as vacinas e como é que elas entram no corpo dele :-)

Depois fomos ao dentista. Mais uma vez pensei que ia correr mal, mas não. Primeiro viu-me a mim a fazer uma "limpeza" depois foi a vez dele. Pôs os óculos escuros, abriu a boca, deixou que lhe limpassem os dentes, que lhos polissem, que lhe pussesem fluor,e tudo com um enorme sorriso nos lábios. Saiu de lá com uma prenda e com muitas fãs!

E mais uma vez se comprova que eu ás vezes sobrestimo o meu filho (e que ele é o máximo). Às vezes esqueço-me que com o M dá para falar, explicar e que ele entende e, normalmente, reage de acordo.

Depois destas aventuras fomos a uma quinta ver animais. E agora ele está tão cansado que dormita ao meu colo enquanto vamos para casa de autocarro.

Elogios

"Mamã, esta menina é parecida contigo!" diz o M enquanto aponta para a modelo que aparece na primeira página do jornal de hoje.

Monday, March 29, 2010

Dois ou Três?

Deixamos a Inês no aeroporto à noite e ao chegarmos a casa o M disse-me que queria que nós fossemos três. Três como a Naomi, mas a Nomi agora são quatro. E quem vai ser o nosso número três, perguntei eu? A Inês!

Ficámos cheios de saudades! Obrigada por tudo Agnés.

Thursday, March 25, 2010

A descobre o i-pod

Depois de anos a achar que não gosto de ouvir música perto dos ouvidos descubro que afinal ouvir música perto dos ouvidos é mesmo bom. E quanto mais alto melhor. Assim o mundo pára, a cabeça fica aturduida e não dá para pensar. E isso é exactamente o que preciso.

O único perigo é que não controlo o meu próprio volume. Segundo a Inês ontem à noite quando cheguei a casa cantava tão alto que ela me ouvia desde que entrei na garagem. Esperemos que o som estivesse mais baixo quando estava na universidade...

Sunday, March 21, 2010

Amor

Já deve ter dado para perceber, mas caso não tenha ficado completamente claro repito, o M é o meu amor! Gosto mais dele do que do Mundo inteiro.

E por sorte, ainda cabe mais gente no meu coração, familia e amigos, muitos amigos. Mike, continuo a pensar muito em ti. Li hoje um artigo que relatava como conclusão de um estudo que ter conversas ditas profundas com alguém, falar sobre coisas para além do tempo, aumenta a felicidade. Mas nós nunca precisámos que ninguém nem nenhuma investigação nos disesse isso. Bastava sentarmo-nos no sofá e começarmos a falar para nos sentirmos melhor. Mike, tenho saudades tuas, dos nossos almoços e jantares, das nossas conversas, dos sorrisos, da nossa amizade. Gostava tanto que podesses voltar...

Wednesday, March 17, 2010

Fix you

And the tears come streaming down your face
When you loose something you can't replace
When you love someone but it goes to waste
Could it be worst?

[...]

Lights will guide you home
and ignite your bones
and I will try to fix you


(Coldplay, Fix you)

Profissões

- Amã, quando é que vou ser twenty-five?
- Ainda faltam 21 anos para teres 25 anos
- Quando eu sou twenty five eu quero ser professoro!
- Professoro???
- Sim, professoro!!
- Boa ideia!


Mas não é preciso preocuparem-se passados 10 minutos o M voltou a querer ser bombeiro (ou carteiro, ou arranjador, ou polícia)

Monday, March 15, 2010

Hóquei

Esta tarde enquanto o jantar se fazia jogámos hóquei. Ele de vassoura na mão e semi nú, porque quando vai a casa de banho acha sempre que tem que tirar a roupa toda, e eu. Mas isto é para quem tem uma mente literal, porque na verdade, havia uma série de jogadores--todos os amigos da escola do M --, pelo menos duas equipas, a vermelha e a azul sendo que a dele é que tinha todos os jogadores, vários tacos de hóquei, um sem número de fintas e passos porque o M gosta de coreografar, muitissimos golos e regras tão complexas que nunca as cheguei a perceber. E claro, enormes gargalhadas, animação e correrias. Enfim, uma grande tarde de desporto.

Vida dupla, tripla ou zeros?

Dia 25 de Abril faz-se o regresso a Portugal. Depois de 15 longos anos. A partida não foi fácil. Nada era fácil nessa altura. Mas a verdade é que a partida foi boa. Foi boa e necessária. Agora pensa-se no regresso ainda que só por uns meses. E com a morte do Mike fico a pensar em como vai ser estar de volta.

Durante os últimos 15 anos tenho vivido uma vida dupla, ou tripla. Por cada país que passo deixo amigos para a vida e trago memórias. Essas memórias partilho-as com eles e com elas. Mas já lá vão muitos países e sei que me falta aquele minimo denominador comum de quem viveu a vida toda no mesmo país, na mesma cidade, no mesmo bairro. E talvez por isso seja boa a manter amizades. Escrevo, telefono, penso nos meus amigos. Com a chegada do Mathias passei a ter menos tempo, mas continuo a tentar.

E é assim que durante estes últimos 15 anos tenho vivido uma vida dupla ou tripla, ou quadrupla. Uma vida por cada país onde vivi, por cada conjunto de amigos e experiencias que deixei para trás, ou melhor dito, que trago comigo. Estas vidas às vezes tocam-se, às vezes há intersecções, mas de forma geral mantêm-se em planos diferentes. E agora que o Mike morreu e que penso em voltar a Portugal, pergunto-me se na verdade não terá sido uma vida a zeros. Porque, como é que vou para um sitio onde ninguém conheçe a minha amizade com o Mike? Onde quase ninguém sabe o que faço? Onde ainda tenho 21 anos?

Vivi sempre com a ilusão de Portugal como a minha 'base', e é sem dúvida em Portugal onde tenho mais amigos, amigos daqueles que enchem o peito. Mas foram 15 anos cá fora, e mesmo partilhando há muito que se perde, muito que nao se partilha ou nao se pode partilhar. E de repente dou por mim a tentar apegar-me ao que tenho aqui, para não perder aquilo que construí, para não me perder a mim. Estes 15 anos ensinaram-me que por cada sitio por onde passo é mais difícil (mas nao impossivel) fazer amigos, começar de novo. E se ao voltar descubro que Portugal não é diferente? Onde fica a minha ilusão de raízes?

Melancolia. Talvez não seja mais que melancolia. Talvez seja apenas a tristeza enorme de ter perdido um grande amigo. Mas neste momento não sei se estou menos presa ao que tenho cá ou ao que me espera ai.

Wednesday, March 10, 2010

Como é que se explica a alguém de 4 (ou 36) anos o que significa morrer?

Hoje estava eu a fazer o jantar, e o M estava sentado no chão. De repente pergunta-me se o Mike vem jantar connosco. Eu respondo que não, que o Mike morreu que já não pode vir jantar mas está sempre nos nossos coraçòes. Ele diz-me que o está a ouvir a bater à porta, e diz-lhe para entrar. Depois diz-me que não pode ser, como é que o Mike vai ver o seu brinquedo novo? E eu respondo que o Mike está no céu, e que ele vai estar sempre conosco. O M diz-me que não, que ele está no hospital e que depois vem cá a casa. E eu já quase em lágrimas explico que quando alguém morre já não pode vir cá a casa. Mas o M é persistente, e diz-me que não que o Mike vai vir, e que se calhar ele pode vir viver connosco. Eu respondo que isso era óptimo mas que infelizmente não pode ser. E então ele diz que podemos convidar a namorada dele, porque assim ele também vem. Depois diz-me que não é possivel, não é possivel que ele nunca, nunca vá ver o seu novo brinquedo e brincar com ele.

E eu estou de acordo. Não é possivel. E cada vez que penso nisso fico tão triste. Mas consegui não chorar à frente dele. Embora não tenha feito outra coisa. Mike, volta!

Monday, March 1, 2010

My person: Mike

Our friend Mike passed away on Saturday. Unexpectedly and shockingly. He went in with an aneurysm in his leg that we now know was hiding a much more powerful and rare disease. Unfortunately the doctors did not identify it on time and he did not make it out of his surgery. We spoke on the phone on Friday night and agreed that I'd go and visit on Sunday and bring him some good food. Mike was hungry. He said he was fine and we joked as we always did. He died on Saturday, Feb. 27, and I was so unprepared for the news that I literally fell on the ground. Only a few days have passed and I already miss him too much.

I met Mike at a teaching workshop for new Faculty at York in the summer of 2008. We sat at the same table doing an exercise, our syllabi in hand. I remember being immediately drawn to Mike. He was full of ideas and ideals, he did not just want to teach, he wanted to move his students so that they could transform the world; he didn't just want to be a Professor at York he wanted to improve the University; he did not just want to do research he wanted to use it to make a better world. And so it was that with Mike that I did the unheard: having spoken to him only a few times I invited him over for dinner, and I have never regretted it.

Mike was committed to his teaching and research. When we went for lunch he usually started off by telling me that it had to be fast because he had to go back to the lab. But Mike was curious about the world and took pleasure in discussing it so we invariably ended up talking for hours about work, life and love. A frequent topic of discussion was teaching. Mike had high hopes for his students, he wanted them to learn, to be curious, to challenge themselves to do great things. He worked hard on this, spending much time preparing for his classes, and worrying about how to engage them. He established an open door policy so that students could come and talk to him at any time, and he met with them on weekends for extra tutorials. He cared for his students and worried when the grades came back and they weren't as good as he'd like them to be. But Mike was adamant that compromising was not the solution, instead he wanted to continue challenging his students while simultaneously using his experience and their feedback to improve as a teacher.

Mike's ambition was well reflected in his science. The science Mike pursued did not fall along a well-maintained path. Mike struggled with the big problems in chemistry of finding ways to transforming light into electricity, and of how to control the assembly of molecules. He had many other ideas that were easier or more readily publishable but Mike wasn’t ready to ‘start making sausage’ as he would say.*

For Mike making good students and good science also meant working at transforming York, so as to make it the best university, a place where students and Faculty conduct high profile research. To that end he was very much involved in University policies and politics: he attended union meetings, read policy documents, and contributed to the administration of his department. His enthusiasm was infectious and made those around him engage too. A week ago he made me register, again, for a new faculty lunch. I obliged and told him that by now I had already registered twice. Mike wrote me back saying that was probably a good thing because it wasn't clear how much food they'd give us.

One of Mike's greatest passions was the environment. For Mike saving the world hinged on changing it, and he didn't just pay lip service to this goal. He put it in practice by incorporating it into his work, his politics and his life. He joined activist groups, went to demonstrations and he often wrote letters to Canada's environment minister. We used to joke that if one day the minister came to York he'd look at Mike and say, "oh, you're *that* Prof. Pollard!" while politely excusing himself. Lately Mike was thinking that he'd like to organize a lecture at York on climate change, and we'd bounce around names of people he could invite, their speaking styles, and how to obtain funding. Mike also lived by his ideals, he didn't own a car and he kept his possessions at a minimum, he worked on green energy cells, and he felt guilty every time he had coffee on a paper cup. One day last summer after having dinner at my place I asked Mike to come to the balcony with me to smoke a cigarette. Mike objected saying that smoking was bad for me, but what really upset him was when I threw the butt on the floor, that was *bad* for the environment.

Mike was all these things and more, he was also, for instance a climber who adored the outdoors and a ballroom dancer, but above all, Mike was friend to many. To me Mike he was one of my best friends. He was my person. He kept me sane and brightened my days. He was the person that I shared things with, good and bad. He was a good listener and knew how to ask the right questions. When we got together time flew by as we discussed everything and anything. In any given conversation we'd seamlessly go from the everyday to the philosophical, from life to love and back. Mike had strong ideas about the world, some of them pretty radical, and he enjoyed voicing and discussing them. He refused to conform. And that is what made it fun to be with him, what made our conversations engaging and stimulating.

More than with most of my other friends Mike was both my friend and my son's. He loved children and always saw Mathias as an asset not an impediment, and Mathias adored him back. To this day if I ask Mathias if knows who I saw today at the University, the answer is always "Mike!" and always with a twinkle in his eyes. Often Mathias asked me to call Mike so that he could talk to him and invite him over for dinner. As soon as Mike arrived he would sit on the floor to play with Mathias. Mathias would then look at me and say "you can go to the kitchen" as if saying "Mike is now mine!". While they played I would hear Mike teaching Mathias how to build airplanes, cars and trucks, but also teaching him how to behave.

Together we decorated Christmas trees, and celebrated birthdays, Thanksgivings, Mike's NSERC grant, our mundane everyday victories and losses. Twice Mike brought over dinner for us to eat at my place so that I could rest. Mike was an amazing cook who enjoyed the complexities of preparing a meal. He liked seasoning the food with herbs, herbs that Mathias would later describe as those green things while he pointing at them making faces. One day when I had a terrible day at the university and was ready to quit I called Mike and he was at my office in 2 minutes, he calmed me down and made me laugh. Mike always had a smile on his face, even if he only wanted to watch depressing movies. He refused to be easily categorized, was full of contradictions, a rich and complex individual who was not afraid of standing up for his beliefs. He was kind and generous and an amazing friend.

I am still adjusting to this new reality. I feel angry, lonely and sad. And I'd like to tell you, Professor Mike The Destroyer, wherever you are, that you have taught me a lot. But most of all, Mike, I want to tell you thank you for being part of our family, for helping me make a family in Toronto. You mean the world to us, we love you and miss you very much. You made our lives so much better.

Ana & Mathias


* This paragraph was written by Mark Nitz a friend of Mike's who sent it to me.

Tuesday, February 23, 2010

Probably not

Pergunta: M, já que vais ao teu quarto podes trazer as tuas cuecas?
Resposta: Probably not.

Sunday, February 21, 2010

Trabalar

Tive uma epiphany (sorry! o meu Português já não dá para tanto). Estva a pensar como é qu fazia as coisas durante o doutoramento, uma fase em que só trabalhava. E descobri que não é que tenha desaprendido tudo aquilo que em tempos soube. Não é que tenha perdido a capacidade de trabalhar. É simplesmente que tenho uma coisa na minha vida que me dá muito, muito mais prazer.

Ginástica

Hoje voltámos à ginástica. A semana passada não houve e na anterior não fomos porque o M estava doente. Ele resmungou mas lá chegámos a um acordo ("vamos comVinar" diz-me ele). E ele fez tudo (o que lhe apeteceu) e gostou. Eu fiquei do lado de fora a tirar fotografias e com um sorriso de orelha a orelha.

Brincar ao faz de conta

Nos dias que correm cá em casa brinca-se muito ao faz de conta. O M desenvolveu uma enorme imaginação e de repente passamos o tempo inteiro a inventar e viver histórias e personagens. Continuo a contar histórias da minha boca mas agora elas são desenvolvidas a duas bocas. Foi assim que inventei o "Bolas" que é o irmão do Boots, mas este fim de semana quem imperou foi o Noddy. Os meus dedos eram a Teresa, os dele o Noddy, e entre outras coisas jogámos às escondidas (tarefa dificil mas não impossivel), mudámos de casa, e resgatámos as nossas casas que os "doentes" (aka duendes) tinham posto na floresta negra. O M consegue permanecer 'in character' durante imenso tempo e constrói histórias que dão voltas e reviravoltas. Esta fase promete!

Em suma, os quatro anos estão a ser óptimos até porque agora antes de dormir temos sempre uma comprida sessão de sorrisos, beijos e "adoro-tes" !

Socialismo

Ca em casa, e não foi por decisao consciente, vive-se em pleno socialismo. Temos a nossa casa, o nosso carro, os nossos amigos, a excepção são as camas, cada um tem a sua. Já dei por mim a perguntar ao M, quem é que nos deu esse brinquedo? E ele já me disse a mim que tinhamos que ter uma namorada. E hoje ao jantar, num enorme gesto de amizade ele disse-me "os meus brinquedos também são teus brinquedos, tu sabes disso, não sabes, amã?" Viva o Socialismo!

Mã...nanas!

- Mamã, qual fruta é que tu trouxeste para eu comer?
- Trouxe-te uma mãããã... uma mãããã??
- Mã...nana!

Thursday, February 18, 2010

O quanto eu gosto de ti

"Mamã, gosto de ti este tamanho todo!" Diz o M abrindo os braços. "Ahhh! Que bom!" Respondo eu. Depois abro os braços e digo, "e eu gosto de ti este tamanho todo!" O M ri-se e eu continuo, "e gosto de ti do tamanho de uma praia inteira!" Ele olha para mim como se não tivesse percebido e eu escolho outra analogia, "gosto de ti do tamanho de um avião inteiro e um prédio dos altos!" E ele declara-se dizendo "e eu gosto de ti do tamanho do orporto com muitos aviões e carros e autocarros". E se eu ainda não o soubesse sabê-lo-ia agora, é amor!

Oxigente

"O meu carro de bombeiros tem muitas garrafas de oxigente!"

Friday, February 12, 2010

Jesus Price!

"Jesus Christ!" Foi o que eu exclamei depois de dizer pela enésima vez que ele tinha que esperar um bocadinho para ver o Noddy.

"Jesus Price!" Foi o que ele passou o resto do dia a exclamar pela casa.

Bocada

Das-me mais uma bocada de bolo depois de eu comer esta bocada? Eu quero duas bocadas!

Wednesday, February 10, 2010

A solidariedade das bruxas

No Sábado fomos ao video clube alugar dois videos: o "the boys are back" para mim, e um da "Dora" para ele. Eu gostei muito do meu, ele não. É que esta aventura da Dora metia uma bruxa e o M tem muito medo de bruxas. Na segunda fomos outra vez à loja dos videos, e eu pedi-lhe para ele também devolver o meu, coisa que o intrigou. "Mamã, porquê também vamos devover o teu filme? Tu não gostas? O teu também tem uma bruxa é???"

Thursday, February 4, 2010

Os exploradores

Hoje fui buscar o M à escola para irmos explorar tal como lhe prometi ontem. O objecto da nossa exploracao foi o novo edificio da universade. Levámos uma lanterna (desnecessária mas muito importante) e lá fomos nós. Andámos para cima e para baixo no elevador, vimos os escritorios e as vistas, e ainda demos de caras com um senhor do catering que ofereceu ao M dois bolinhos. Em suma foi uma excelente exploração.

O rapaz vai sofrer muito na escola...

Hoje quando fui buscar o M à escola estavam todos a cantar. Todos os putos sentados na escada com a professora em frente a cantar com gestos. Mal ele me viu levantou-se para se vir embora. Todos os miúdos tão giros a fazer gestos e eu a pensar que o meu provavelmente não estava a cooperar. E então perguntei à professora se ele também estava a cantar e sobretudo a fazer os ditos gestos de acompanhamento. A resposta, "às vezes ele faz, mas só quando ele lhe apetece. Mesmo quando estamos a cantar uma música e queremos dizer o nome dele temos que lhe pedir." Coitadinho do miúdo, vai sofrer tanto quando for para a escola...


P.S - O drama da ginástica continua, agora acrescido pelo drama da patinagem. Ele continua a não querer ir à ginástica apesar de no outro dia ele me ter dito que aprendeu a andar no "poste" e que caiu "uma vez, não, muitas vezes". Agora também começou a patinagem no gelo (e notar bem que isto foi ideia dele porque quer jogar hoquei). Ora bem, andou e caiu. E agora também já não quer mais patinagem. E eu não sei bem que fazer... não quero obrigá-lo a ir mas também não quero que ele desista só porque é dificil ou porque ele não gosta de actividades de grupo. Qual é o protocolo?????

Sunday, January 31, 2010

Discoteca

A semana passada houve sessão de discoteca na escola do M. Por baixo da escola há um restaurante/bar e eles abriram-no especialmente para as criançinhas. O M estava todo contente mas, e tal como eu esperava quando lá chegou recusou-se a dançar e em vez disso atirou-se para o chão a chorar. Lá para o fim lá se levantou e tentou chamar a atenção do seu amigo A mas ficou-se por aí. As professoras contaram-me isto e asseguraram-me que não tinham insistido com ele, mas eu duvido.

De todos modos a solução não é fácil. O M nunca foi fã de actividades de grupo. A ideia de fazer qualquer coisa simplesmente porque toda a gente faz não é uma que agrade ao meu filho. E mais ainda se a situação estiver a ser "orquestrada" como é o caso das idas à discoteca ou das aulas de ginástica (outro motivo de choro cá em casa). Insistir faz com que ele resista ainda mais. Mas não insitir também o frustra porque a dada altura ele quer participar e não sabe como "dar a volta". Ás vezes também tenho a sensação que a reluctância dele tem a ver com pensar que não consegue fazer as coisas, com se sentir ficar intimidado, e por isso acho que é necessário insistir.

Em ambas coisas o M é parecido comigo. A ironia de ter filhos é esta de ver repetidas neles as nossas (re)acções. Talvez seja um motivo de esperança.

Saturday, January 30, 2010

Friday, January 29, 2010

Português

O M fala. Fala pelos cotovelos. E fala muito bem Português, mas há palavras que pronuncia sempre de forma original e frases que constrói baseadas no Inglês. Aqui ficam algumas:
- Vamo-nos "escondir"
- Tu "póstas" a carta no correio?
- Eu não sou "felote" (ie, filhote)
- Eu "podo" "gaiar"?
- Onde está o "subonete"?
- Hoje é DE fim de semana?
- Vais trabalar?

Pão saltitante

A melhor forma de fazer com que o M venha para a mesa de manhã é dizer-lhe que vamos comer pão saltitante. Ainda não percebi bem o que isso que dizer mas ele parece saber...

That's too much gifts! I already have too many!

Foram as frases que mais se ouviram lá em casa no dia dos anos do M. Isso não o impediu de abrir todas as prendas mas fiquei contente por ver que ele percebe que não é preciso receber 500 mil prendas.

Note-se que no Natal ele diz a mesma coisa, e que me chegou mesmo a dizer "I don't 'eed more, I already got one gift".

Esperemos que continue assim!

Monday, January 25, 2010

Mais pais

O M anda mesmo a tentar perceber esta historia do pai dele. Quando o fui buscar a escola ele disse-me que uma amiguinha (que tinha acabado de se ir embora com o pai) tinha um pai. Eu respondi que sim, que toda a gente tem um pai. Mas, diz-me ele, porque e que o Fa mora longe? Como e' que se vai para a America? Perguntei-lhe se estava triste com isso e disse-me que sim. E eu fico triste com ele, e agora estou aqui a ver voos para ir a Boston...

Trabalar

O tema deste post é trabalar, também conhecido como trabalhar, mas o M ainda não atina com os 'lhes', mas atina e bem como trabalho. Quando toca a trabalhar o meu filho tem uma verdadeira ética protestante. Ou melhor diz que tem que isto até agora são tudo promessas estilo "mamã eu gosto muito de trabalar. Eu também vou trabalar muito quando for mais grande." E a quem é que ele vai buscar esta sua ética? A mim of course. Mas quando aprofundamos a questão a coisa torna-se menos clara, se não vejamos o que o puto me disse ontem, "Mamã, quando eu for mais grande eu também vou trabalar como tu. Vou fazer muitas coisas e ver tubarões no computer. Vou ter muitos papeles como tu. Muitos papeles com nomes". O meu trabalho resume-se a isso. E o pior é que nos dias de hoje ele é capaz de ter razão.

Sunday, January 24, 2010

A pergunta do ano

Mamã, porque é que o fim de semana só tem dois dias e depois tenho muitos dias na escola?

Gostava tanto de ter uma resposta melhor...

Wednesday, January 20, 2010

Abracadraba

Ontem de manhã apanhei o M em flagrante delito retirando cautelosamente os bonecos da cama. Como não estava à espera de me ver entrar assustou-se e deixou cair um dos ditos bonecos ao chão e ficou a olhar para mim com um ar simultaneamente ultra culpado e tipo "isto não tem nada a ver comigo". Eu deitei-me na cama dele dei-lhe um beijinho e perguntei, como quem não quer a coisa, como é os bonecos tinham ido parar à cama dele se eu à noite os tinha tirado? Resposta imediata, "não fui eu, foi a minha cama que fez abacadraba". E foi assim que eu expliquei à cama que quando a mamã diz que os bonecos não podem ir para a cama ela não os pode ir buscar.*


*A razão desta "proibição" é que há uns tempos o M levava carros para a cama e às vezes chegava a estar uma hora a brincar antes de adormecer. Ora o miúdo já anda cansado, perder mais uma hora de sono é insustentável

Tuesday, January 19, 2010

Pais e afins

De repente e suponho que devido a estar a crescer o M anda curioso acerca do pai dele. Ele estava convencido que o Arne ia vir aos anos dele, e embora eu lhe tenha dito que nao, perguntou-me varias vezes se o papá dele vinha. Disse-lhe que nao mas que lhe tinha mandado uma prenda (uma mentira piedosa, dado que na verdade quem comprou a prenda, a prenda que fez o maior sucesso de todas, fui eu) e que lhe ia telefonar. O M abriu a prenda enquanto falava com o Arne no skype e ficou contente. Ontem a noite perguntou-me se o papá dele antes vivia connosco? Eu disse-lhe que nao, mas que gosta e sempre gostou muito dele.

Pergunto-me como e' que o M integra tudo isto na cabeca dele. As perguntas sao frontais e nao rebuscadas, como costumam ser as perguntas de crianca, e tenho esperanca que isso indique que as duvidas que ele tem nao o confundem. O tempo o dira...

O M fez 4 anos!

O M fez 4 anos!

E eu fiz-lhe uma festa com direito a salame de chocolate, bolo, pães de leite e muitas prendas. Ele ficou radiante, divertiu-se, distraiu-se e acabou o dia tão cansado que caiu na cama que nem uma pedra.

No dia seguinte houve festa no infantário e um maravilhoso bolo da Dora. Depois viemos para casa cedo e estivemos a brincar. Brincámos com a Dora, o Diego e o Boots, e acabei por me rir tanto que me vieram as lágrimas aos olhos...

À noite o M queria que eu dormisse na cama dele, mas depois mudou de ideias e mandou-me para a minha cama. Mas não sem antes me perguntar, a propósito de nada, porque é que a água do cuspo tem borbulhas?

Ponho fotografias online quando encontrar a máquina.

Friday, January 1, 2010

Em caso de emergência... não chamem o M

Estava a tirar uma roupa do armário quando uma moldura me caiu em cima do pé magoando-me imenso. No meio de uns gemidos, uns ais e uns uis, pedi ao M para ele ir ao frigorifico buscar o tubarão (que serve para os doi-dois das criançinhas mas é melhor que nada). Ele ameaça ir mas pára. Mais uns gemidos, mais um pedido e nada. Ele olha para a porta, olha para mim, e explica que o iogurte ainda tem um bocadinho lá no fundo, que tem de o acabar de beber!! Só depois é que me foi buscar o dito cujo tubarão.

E não, não sou mariquinhas, mas doeu-me como o raio, fiquei com o pé inchado e com uma senhora nódoa negra.

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Uma adenda: Na noite de ano novo cai quando estava a dancar com o M e agora tambem tenho a perna toda negra. Fantastico!