Fomos à Gulbenkian e correu bem. Antes de
entrarmos no auditório o M disse-me que ia comer um dos snacks que lhe levei e que
guardava o outro para comer la’ dentro, expliquei-lhe que isso não era possível
e que também não ia poder falar comigo. Esta ultima afirmação indignou-o!
Respondeu-me que ele QUERIA falar comigo!! Mas correu optimamente bem. Não falou,
não fez barulho, tossiu nas pausas, e ensinou, a quem quis ver, as 1001
maneiras de se sentar numa cadeira. Como não estava ninguém sentado ao nosso
lado não houve problema nenhum.
A primeira parte
do concerto foi dura porque era de um compositor Russo (que nao conheco) e a
peca principal chamava-se ‘dancas e cancoes da morte’. O nome diz muito. Era
uma musica muito bélica da qual não gostei muito. Já a segunda parte era uma selecção
de partes de “O Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky e foi lindo. Eu gostei mais que
ele, sem duvida, mas ele também gostou e ate reconheceu algumas partes.
Falei-lhe daquela enorme e maravilhosa janela de onde se ve o jardim da
Gulbenkian e que, durante os concertos, parece um quadro-vivo que vai mudando
lentamente; e do facto dos contra-baixos tocarem em notas diferentes; e das
diferentes sensações que a musica cria em nós por exemplo, quando é mais lenta
ou mais rápida. E ele ouviu e disse que já sabia tudo, mas ouviu.
Antes de entrarmos certifiquei-me que ele
me ouvisse a dizer a uma serie de pessoas que tinha a certeza que ele se ia
portar bem, porque ele se porta sempre bem. O positive reinforcement funciona
muito bem com o meu crio.
Enfim, estamos aptos a voltar ate porque
se o Mathias era, sem duvida, o espectador mais novo, eu própria me senti uma
jovem, e convenhamos, já não há muitos sítios onde possa dizer/sentir isso!
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