Perdido (e achado)

No sábado fomos almoçar ao centro comercial. Quando saimos do restaurante fomos ver montras. O M ia à minha frente, a correr e a rir, e eu corria atrás dele. O centro comercial estava cheio de gente e de repente eu confundiu com outro puto e fixei os meus olhos nele. Uns segundos mais tarde percebi que não era o meu. Não entrei em pânico. Começei a procurar o M, para a frente e para trás. Mas havia demasiada gente, o corredor estava cheio de gente, de adultos, altos mais altos que o M. Pedi numa loja que avisassem a segurança. Eles avisaram e disseram-me para esperar. Pensei que estava tudo bem, não ia acontecer nada, a maioria das pessoas são boas e se virem um miúdo perdido ajudam-no. Continuei à procura, agora já a gritar o nome dele. E de repente pensei que bastaria uma pessoa no meio daquelas todas não ser boa, só uma. E entrei em pânico, num aperto louco de pensar que não saberia que fazer sem o M. E os tipos da segurança nunca mais chegavam. E eu a correr e a chamar pelo M. E houve um casal que me viu tão aflita e me disse que ao pé da árvore de Natal estava um segurança com uma criança. Fui a correr e quando lá cheguei não havia ninguém. Alguém me disse que tinha sido a senhora da limpeza que o tinha encontrado, e a senhora da limpeza assentiu. Fui a correr para a loja de onde chamei a segurança, ainda a gritar por ele. E no corredor a senhora da segurança encontrou-me e deu-me o M. Ele vinha com um ar tristissimo (mas sem chorar). Quando o abracei caiam-me as lágrimas. Ficámos assim um tempo. O casal que me tinha falado no corredor veio-me perguntar se eu estava bem. Respondi que sim. E durante o resto do dia de vez em quando baixei-me abracei o M. Ele continuava calado e triste, disse-lhe que não estava zangada, só assustada e que o adoro muito. Passamos o resto da tarde a agarrar a mão muito apertada.

p.s- já em casa expliquei-lhe que se alguma vez se perder de mim deve procurar alguém vestido à policia e que não vá com qualquer pessoa.